sexta-feira, 18 de abril de 2014

Neocene II – nanoships [Semana 04]

Autor: Moonlance
Capítulo 04 : Proxima-mente

Alguns meses haviam se passado, e do sistema estelar de Platkus a nano-nave Miho tinha recém saído. A nova almirante, a manager Polly Kennathon, e suas colegas, estavam finalmente no espaço inter-estelar. Miho, em função de seu tamanho particular, podia viajar próximo à velocidade da luz; é claro que para os Pxychomotakkae cziplakton, viajar rapidamente pelo espaço não era algo ainda absolutamente imperioso, afinal de contas, se você nunca envelhece e se sua nutrição é garantida pela absorção de ondas eletromagnéticas dos próprios astros, qualquer pressa em se chegar do outro lado da galáxia precisaria ser melhor justificada. No entanto, os Trobotz tinham de fato aperfeiçoado as viagens espaciais para a Federação Galáctica, embora isso significasse uma desconfortável redução de tamanho – na realidade, uma transposição estrutural.

A nave Miho, agora chamada Neocene II, não tinha muitos aposentos, mas seus ambientes eram amplos ou aconchegantes, dispondo das necessidades essenciais para missões interestelares – inclusive o Planetarium, com a consciência exposta de Miho sendo emitida a partir da complexa esfera magnética. Mas 'Miho' não era somente a nave viva e mecânico-mutante Trobotz com propriedades auto-reparadoras: era também a avatar humanoide baixinha de mesmo nome (Miho), servindo de companhia à pequena tripulação (6 indivíduos) liderada por Polly Kennathon.

De repente, a Neocene II recebia um sinal de média frequência bastante aguardado: há poucas milhares de unidades astronômicas adiante, localizava-se uma gigantesca estrutura; a base-asteroide Nova, que era a fundação regente daquele setor, no limite da navegação segura. Haveria ali um Conselho, e a jovem Polly Kennathon era a representante oficial dos viajantes na velocidade da luz. Imediatamente, entusiasmou-se alegre a Capitã Tess-Stella Kacey – que tinha ficado muito orgulhosa com a sua gradação formal! Estava doida para conhecer presencialmente aquela estação cosmopolita da Federação Galáctica – e estava cansada das 'repetitivas' simulações cibernéticas desenvolvidas na nave com a programação de sua irmã. Mas, para frustração de Tess-Stella, Polly argumentou que aquilo não era 'turismo', e a equipe de contato já havia sido planejada havia semanas! – o que era verdade. Então, restou a Vicki Kirsken, a biologista, que também não compunha tal equipe, reconfortar sua amiga impulsiva.

De antemão, sabiam que a missão trataria de uma estranha ocorrência no Setor DX-587 adjacente: uma grande espaço-nave de tecnologia desconhecida, aparentemente abandonada, estaria a deriva naquele relativamente inóspita região, via de fluxo de poderosos raios cósmicos. A avatar Miho chegou na sala de estar da nave, ladeada por vidraças de polivitrilinta que davam para as estrelas e galáxias, e informou às 6 passageiras num tom monótono:

– Prezados; Orbitaremos a ionosfera da cidade-asteroidade Nova, em 5 horas, 13 minutos.

– Ahahah! MUITO OBRIGADA, Senhorita robô! – brincou Tess-Stella, entretendo-se com o curioso behavior Trobotz; a Capitã mal podia conter o quanto se divertia, como se a cena fosse naturalmente hilariante.

Seu humor contagiante só não afetou Polly, a qual se irritou com sua própria amiga, se levantou e disse brava, já indo embora para seu quarto:

– Ela não é um robô!! Assim, você vai magoá-la...!

– […] Tudo bem. – ainda disse Miho, impassível.


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