sexta-feira, 28 de março de 2014

A grande batalha de "novels" começou!

A primeira semana de "Neocene II - nanoships", "Pepper & Donuts", "Nave Fantasma", "Filho das Profundezas", "Requiem", "Wild Hunt", "SentiMente" e "Contos do Amante da Morte" está no ar!

Confiram as histórias nos links abaixo, nos links na aba de cada história ou navegando pelo blog.

Neocene II - nanoships: Capítulo 01 : Usuários da placidez

Pepper & Donuts: Capítulo 01 - Donuts 1: A garota dos fones de ouvido

Nave Fantasma: Luzes Brancas.

Filhos da Profundeza: Parte 1 - Maleko

Requiem: Navegantes

Wild Hunt: Capitulo 1: Despertar.

"SentiMente": Implantação

Contos do Amante da Morte: Prelúdio: Lembranças desbotadas

Espero que se divirtam!

As votações já estão abertas. Então não deixe de votar na sua história favorita! A votação vai até as 23:59 do dia 02 de abril (quarta-feira). Sinta-se à vontade para deixar comentários para os escritores - seja nas postagens ou na aba de cada história, além, é claro, na nossa página do facebook: www.facebook.com/mobilenovelbattle.

A próxima rodada de "novels" será na próxima sexta-feira, dia 4 de abril. Fique de olho!

Boa leitura!

Neocene II – nanoships [Semana 01]

Autor: Moonlance
Capítulo 01 : Usuários da placidez

Aquele planeta era chamado 'Vênus', pois sua atmosfera refletia tons verdes-claros, e também porque viver lá era demasiado tranquilo. Fora as recorrentes erupções de vapores heterogêneos observáveis no horizonte árido, não havia nada de particularmente especial para se fazer no centro urbano, e naquele estágio inicial de terra-formação. E especialmente, aborreciam-se na infindável solidão, servidores como Polly Kennathon.

Os Kennathon constituíam uma pequena família, porém de grande atribuição pública na esfera da Federação Galáctica. Detinham, pela profunda e rigorosa tradição política na compreensão de sistemas complexos, responsabilidades que íam além da maioria de qualquer cidadão da galáxia. Com isso, tornavam-se producentes as relações inter-estelares dos Pxychomotakkae cziplakton com outras espécies e formas de consciência colaborativas.

Não obstante, Polly era uma garota problemática. Tinha uma índole difícil – especialmente para uma manager –, e vivia perturbada com angústias insólitas, tendo dificuldade extrema em suportar a passagem do tempo. Única herdeira em potencial de mais de um único cargo fundamental à Federação, vivia sempre em dúvida profunda sobre como deveria, exatamente, encaminhar sua vida – presente e futura. E em Vênus, não tinha com quem conversar – já que ela era praticamente a única habitante real da cidade –, e a sua função administrativa – uma forma de trainee para seu atual nível técnico –, ela considerava essencialmente mecanicista. Os raros porém periódicos contatos a distância, com agentes federativos, familiares e seus pouquíssimos amigos, eram bastante infrutíferos; e quanto a isso, Polly não realmente pensava que conseguiria se adaptar algum dia. Estava, na realidade, seriamente pensando, havia anos, em 'largar' tudo: desistir daquele triste objetivo formacional, e voltar para sua terra natal, Plaktus, o pequeno planeta-sede, que localizava-se a cerca de 60 anos-luz da colônia de Vênus. Se Polly tivesse tido um passado menos turbulento, se não fosse tão nova ou tivesse tido melhores condições de desenvolver uma estrutura mental mais sofisticada, talvez ela não sofresse de tédio e letargia crônicos apenas por passar um tanto de tempo longe de todos os seus semelhantes. Mas, o que ela diria aos outros, então...? sobre sua resignação? Sentia saudades do seu mundo e de sua cultura, com pessoas indo de lá para cá, atarefadas ou não, e também sentia saudades dos outros mundos e sistemas civilizados que tivera oportunidade de conhecer bem, enquanto a filha especial dos Kennathon... Mas também, sentia enorme saudade de Vicki – Vicki Kirsken, sua atenciosa e melhor amiga –, e até mesmo de Stella – Tess-Stella Kacey –, mesmo com toda aquela sua implicância obsessiva e, diriam alguns, desmiolada...! – mas ela tinha seus 'momentos de genialidade', Polly reconhecia, embora não sem algum pesar ou frustração.

Polly então, com algum frênesi contido, registrou burocraticamente o recado de termo final em seu quarto exclusivo e límpido – quase vazio –, e depois mirou o centro urbano e a paisagem de céu esverdeado distante através da janela de polivitrilnita – um material semi-cristalino e polimerizado, com a função de um vidro, entre outras. Estava pronta para mais uma viagem espacial.


Ir para o próximo capítulo de "Neocene II - nanoships"

Pepper & Donuts [Semana 01]

Autora: Adriana Yumi
Capítulo 01 - Donuts 1: A garota dos fones de ouvido

Era mais uma manhã de aulas em um colégio particular de São Paulo. O serviço de inspeção dos alunos parecia ser tranquilo para um certo senhor Severino, já que naquele horário todos estavam em suas respectivas aulas. Porém...

TAP TAP TAP

Um som de passos estava ecoando nos corredores. Junto com os sons, podia se ouvir a voz de uma garota, que estava tentando - ainda que inutilmente - cantar a música que saía nos seus enormes fones de ouvido azul-claros. O senhor Severino corre atrás da garota, uma moça de aparência oriental e longos cabelos azul-escuros, presos por um rabo de cavalo.
- Ei, Misaki!! - grita o senhor de seus sessenta e poucos anos e já com um certo grau de perda de cabelos - Você sabe muito bem que é proibido andar com essas coisas no meio do colégio!!
- Affe, tio Severino! Não pode deixar passar essa?
- É contra as regras do colégio esse...esse tipo de coisa!! E eu não sou seu tio!!
- Ah, vamos tio Severino! É que não é o senhor que tem que aturar aquela aula chata de biologia e...
- Regras são regras, menina! Vamos pra sala do diretor!!
- E-espere!!! O senhor tá falando sério...?
- O que está acontecendo aqui?
Uma voz calma interfere nesse instante. O dono da voz era um rapaz alto, também de aparência oriental, nos seus 25 anos. Usava óculos e tinha cabelos azuis, com parte da franja presa por grampos de cabelo.
- Ah! Professor Akihiko!
Misaki olha para o professor com uma expressão que misturava frustração e desconforto.
(Ah...tio!!)
- E-essa garota está com esses trambolhos gigantes e matando aula, senhor professor...
- Não são trambolhos! São fones de ouvido, e servem pra ouvir música!
- Misaki! - o professor chama a atenção da garota, ao mesmo tempo em que dirige o rosto para o senhor Severino – Senhor Abreu, pode deixar que eu mesmo cuido dela.
- Arhnngh....- o velho reluta um pouco, mas no fim concorda - Tudo bem, senhor professor...mas é bom dar um belo sermão nessa menina!

Na sala dos professores, Akihiko começa o combo de sermões em Misaki.
- Miki!! Não sabe que não pode ficar desrespeitando as regras da escola? Já é a terceira vez que tenho que te cobrir!
- Desculpa, tio. Mas é que a aula estava insuportavelmente chata....
- Isso não é desculpa pra ficar matando aula!
- Mas eu não estava matando aula! Estava só tomando um pouco de ar!! Meu irmão faz isso na faculdade direto, porque eu também não posso?
- Sem desculpas garota, voltando pra sala agora...o próximo período é Química, então você vai ouvir poucas e boas depois se eu não te encontrar lá.
- Okaaay...
- Ah, e Misaki – o professor começa a falar com um tom mais sério – Da próxima vez não serei tão bonzinho e terei que contar pro seu pai.
(Não...qualquer coisa menos contar pra aquele homem...)


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Nave Fantasma [Semana 01]

Autor: Lucas Suwgamm
Luzes Brancas.

Um pequeno circulo, dentro de um maior,  girava no sentido horário, emitindo um ruído agudo e constante. Após um barulhento estalo, parou de girar, logo após,  o maior começou a rotacionar no sentido contrário.

Parou o seu movimento após cinco voltas; uma linha horizontal extremamente clara dividiu o grande circulo pela metade. Esse traço aumentava de espessura enquanto as partes se afastavam.

A luz Branca aos poucos foi penetrando por toda a negritude do corredor, poderia revelar as paredes e chãos esverdeado, se não fosse pela nuvem de partículas cinzas que tomava todo o ambiente.

— Não disse que seria fácil entrar? — uma mulher falava, enquanto um brilho azul apagava-se na mão do seu traje espacial, que parecia ser leve, permitindo uma boa agilidade, no entanto feito de um material resistente.

— Entrar sempre é a parte mais fácil. — retrucou uma voz masculina, enquanto olhava as informações que flutuavam por toda a superfície do seu capacete translúcido. — como imaginei... o suporte de vida está inoperante.

— E o que você esperava, Foster? — falava um homem um pouco mais velho que o anterior — essa banheira esta desaparecida há anos! — coçava sua barriga sobre o traje apertado, que a deixava levemente salientada.

Foster fixou os seus olhos castanho claros no sujeito gordinho e abriu um sorriso contido.Logo após um apito no seu capacete,  as palavras que outrora tomava todo o seu visor desapareceram, fazendo com que o capitão ficasse sério novamente.

— Samara. - movimentou discretamente o seu rosto, visualizando a mulher que alguns instantes atrás havia aberto a escotilha da nave. — fez o download da planta dessa nave? Como eu havia pedido?

Então a moça de estatura media, flutuou na direção do sujeito, que lhe dirigiu o comando.- Sim senhor! — disse batendo continência.

— Perfeito! — suaves correntes de fumaça saiam de um pequeno buraco localizado no cotovelo esquerdo do seu traje, fazendo deslocar um pouco para frente, girando seu corpo, até ficar de frente para os seus seis subordinados. — nossa primeira tarefa é religar a energia da nave, para o suporte de vida voltar, junto com a gravidade artificial! — pronunciava-se com um tom de voz mais alto —Michael, Edgar, Samara e Milene, venham comigo! — apontava com a mão para o seu grupo —Yukina, você voltará para a “Alvorada”, cuidando da comunicação com a central da União e... - deu uma pausa, com um certo ar de preocupado — ficará de olho para presenças desagradáveis. Brian, você acompanhará a nossa bela piloto, entendidos?

— Sim senhor!!! — o grito dos seis poderia ecoar por todo salão de entrada, se não fosse pelos seus capacetes.

Pouco a pouco o grupo se divida em dois, enquanto luzes brancas se originavam dos elmos espaciais da equipe maior, iluminando o caminho, no qual os levavam a um dos vários corredores que se ligavam a aquele compartimento.

No mesmo instante no qual, os dois restantes se dirigiam para a Alvorada, a bela nave do bando, a moça oriental olhava para trás buscando as últimas imagens de Foster.


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Filho das Profundezas [Semana 01]

Autor: Marco Fischer
Parte 1 - Maleko

Na orla escura da mata tropical, os nativos do arquipélago aguardavam a capitã cigana que se aproximava pela areia. Estavam apreensivos e olhavam com certa ansiedade para a trilha que adentrava a selva, com a entrada marcada por um par de totens esculpidos em troncos de palmeiras, ambos retratando uma entidade local na forma de um polvo com longos tentáculos enroscados.

Apesar da tensão, não havia nenhum sinal de agressividade nos ilhéus. Eles eram os Hui, um povo amistoso que venerava os espíritos do mar como seus ancestrais. Seu lar eram as Ilhas Kupuna, um arquipélago tropical em um ponto isolado dos oceanos de Keleb, que ocasionalmente recebia a visita de corsários do Império Windlês, uma das duas nações mais poderosas do Velho Mundo.

Não havia nada que precisassem temer daquela mulher de pele morena e cabelos castanhos ondulados, com uma mecha azul-esverdeada se sobressaindo na frente. A visitante usava roupas coloridas em tons de violeta e verde, com um lenço amarrado na cintura adornado por búzios que faziam o papel de guizos e grandes brincos de concha e pérola cintilando nas orelhas.

Ela era uma capitã dos Navegantes da Bruma, a mais misteriosa esquadra do Império Windlês. De origem cigana, eles tinham a missão de mapear e desbravar as rotas comerciais dos Mares Orientais, que conheciam muito bem. Porém, muitas vezes eles partiam em longas viagens por conta própria, tomados por um desejo de velejar livremente que os guiava rumo a destinos que nem mesmo eles sabiam.


O chefe do clã Hui que a recebia era um homem alto de pele oliva, que trazia sobre a cabeça um vistoso elmo de penas alaranjadas. Ao lado do líder, havia um senhor que como os outros trajava uma saia de palha, mas tinha tatuagens tribais por todo o corpo. Ele era um Kahuna, um sábio capaz de falar com as ondas e a razão de estarem naquela ilha. Com um cumprimento cortês, a mulher se colocou diante dos dois e falou:

-Aloha, grande chefe Oke. Vim até sua presença para ver o náufrago sobre o qual falaram.

-Não há náufrago se não há barco. – respondeu Oke com sua voz grave. – O ser que habita essa ilha é um Maleko, uma criatura vinda do oceano.

-Então já descobriram o que ele é? – perguntou a capitã, sendo respondida pelo Kahuna:

-‘Maleko’ é um nome que usamos para todos os entes do mar. – o velho explicou – Nós não sabemos o que ele é, mas temos certeza do que ele não é. Não pertence aos espíritos e nem aos demônios de nossas ilhas. Os deuses-tubarão não sabem de que lugar ele veio, mas sabem que fica nas profundezas escuras, onde nem mesmo eles ousam ir nadar.

-E o que nosso Maleko tem a dizer sobre isso? – ela insistiu.

-Ele diz não saber. – o Kahuna respondeu desconfortável – Está perdido e confuso, assim como nós com a presença dele. Mas já que ainda está tão curiosa, Capitã Violka, venha conosco e veja com seus próprios olhos.


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Requiem [Semana 01]

Autora: Natalie Bear
Navegantes

Na noite iluminada pela luz da lua, uma jovem escondia-se em um canto escuro. Com espanto no rosto redondo, a garota puxou debaixo da gola branca um relicário e o abriu, revelando a foto de um senhor com óculos de aro redondo e bigode escuro imponente.

- Não sei o que fazer. - cochichava para a foto - Acho que me seguiram. - abraçou a bolsa de couro que carregava consigo.
- Woof!
- Um cachorro? No navio? - ela tirou a cabeça para fora do esconderijo e procurou pelo animal.

No corredor entre o parapeito e uma parede de aço visualizou a silhueta do animal se aproximando. A moça, amedrontada pela possibilidade do animal estar perseguindo-a, encolheu-se naquele canto escuro e enterrou o rosto na bolsa, desejando o fim daquele pesadelo. Começava a se arrepender profundamente de nunca ter avisado seu tio que iria embarcar nesta viagem tão arriscada e sem garantias.
Os pensamentos foram interrompidos por um bafo quente que tocou seu pescoço e a fez saltar, quase jogando a bolsa para longe.
O cachorro sentava-se ao lado dela, observando-a em silêncio.

- Ca-ca-cachorro! Por favor, não me morda. - suplicava apavorada, com olhos lacrimosos. Voltou a se espremer contra a parede do navio e cobriu-se com a bolsa, que era grande o suficiente para faze-la sumir ali atrás.

Nada aconteceu. A garota levantou a cabeça, confusa, percebendo que o animal preto e branco continuava ali, a encarando e abanando o rabo.

- V-Você está perdido? - com muita cautela esticou o braço trêmulo em direção ao cachorro, tocando os dedos no focinho branco do animal e recolhendo a mão instintivamente quando ele moveu-se para lambe-la.

Segundos depois a amedrontada mocinha reuniu novamente coragem para afundar seus dedos no espesso e macio pêlo do pescoço do animal e o acariciou - Cachorro bonzinho... - esboçou um sorriso em seu semblante assustado.

- Xerife! - repentinamente uma voz rouca se espalhou pelo ambiente e fez o coração da moça bater tão forte que lhe paralisou naquele momento.

Ela podia ouvir os latidos se distanciando.
Tão logo o animal saiu de perto da estranha, passos pesados atravessavam o mesmo corredor em que o cachorro passara. Dois homens andavam ao lado da moça apavorada sem nota-la.
Eram eles! Os homens que tanto temia!
Com os olhos arregalados a jovem cobriu a boca e voltou a se encolher no canto.

- Ei! Você! - um deles exclamou quando já estava do outro lado do corredor - Viu uma moça de cabelos loiros e curtos passar?
- Só tem meu cachorro aqui, senhor. - respondeu a mesma voz rouca de antes.

O homem que fez a pergunta bufou.
 Ouviu-se o tranquilo som das ondas contra o casco por minutos.
Quando a moça julgou seguro levantar-se dali ouviu novamente as apressadas passadas do cachorro se aproximar junto com seus latidos. Ele tinha voltado e agora latia como se quisesse revelar a localização da estranha à todos.
Ela aterrorizou-se. Se fosse descoberta seria seu fim.


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Wild Hunt [Semana 01]

Autor: Marlon Kalango
Capitulo 1: Despertar.

'Onde eu estou?' me pergunto, lentamente olhando ao meu redor. Tudo é muito claro, há muita luz, e por um momento, isso fere meus olhos. Caminho. As coisas passam ao meu redor, como borrões. Ainda assim, as compreendo. Algo em mim me diz, me faz entender. Eu vejo imagens. Daqueles que vieram antes de mim, daqueles que ainda estão por vir. Eu vejo o que eles viram, o que sentiram. Eu vejo imagens de aventuras, de amores, sentimentos confusos. Vejo imagens de terras longínquas, de perigo, de destino. Eu vejo luta e guerra. O terror dos Dragões Anciões. Oh, espere...Propósito!

Sim. Este sou eu. Sou um Sylvari, é isto que sou. Eu ainda não 'acordei'. Não, não. Nós não nascemos, nós despertamos. Isto é um sonho. O Sonho. É aqui que devo me descobrir, antes de desabrochar em um dos galhos de minha mãe, naquele outro plano de existência. Aparecemos neste mundo vinte e cinco anos atrás. Nosso dever é lutar contra a corrupção dos Dragões, e levar conosco os ensinamentos do sábio Ventari, o centauro. Há tantos deles! Há um ao qual me é muito importante: 'Onde quer que a vida vá, assim também, você deve ir'.

Espere. Eu sinto algo. O momento se aproxima. Mais imagens vêm até mim. Tão rápidas! Há um cão, um cão de caça, sylvari assim como eu. Ele me acompanha e me protege. Vejo um cervo branco, ele me chama à encontrá-lo. E há...alguém? Frio. Eu sinto frio, e ouço uma voz que chama por um nome. Uma silhueta alta, robusta. 'Onde você está?' ouço a voz chamando. Quero responder, quero gritar 'estou aqui', mas nada sai. Tudo está rodando, e eu me sinto sendo puxado. Onde eu estou indo...?


Está de noite. Sinto frio, mas não tanto como antes. Estou molhado e estou nú. A brisa da noite acaricia minhas folhas, e agora, tento ajustar minha visão às luzes noturnas. Há outros ao meu redor. Um sylvari mais velho, de aparência imponente mas, com um olhar gentil, se aproxima de mim. Ele tem folhagem escura, tão diferente do meu azul claro! Seus olhos dourados vem até mim, e algo o segue. Oh, é meu cão. Sim, verde e curioso, me olhando.Só pode ser ele. Ele vem até mim, sobe em meu casulo (o qual acabou de abrir, revelando-me) e lambe meu rosto, gentilmente.

-Olá, meu jovem. Bem vindo ao Bosque. - diz o Sylvari de casca escura, oferecendo-me o que parecem ser minhas primeiras vestes, feitas de folhagem e cipós. - Meu nome é Malomedies, sou o guia dos que acordam durante o Ciclo da Noite, como você. Como você se chama?

-Eu me chamo... -penso, e as palavras vêm aos meus lábios naturalmente. - Etherdry. Meu nome é Etherdry.


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“SentiMente” [Semana 01]

Autora: Silvia Verlene
Implantação

2.076...
No céu, imagens de diversas propagandas mesclando-se em um caleidoscópio de bits entrelaçados. Arranha-céus com linhas invisíveis conectando informações aleatórias em velocidade quase incontável; nas avenidas, hologramas edificados em proporções exuberantes de um trânsito caoticamente arrumado em linhas coloridamente luminosas; nas calçadas, projetos humanos perambulando, atravessando-se mutuamente, sem nenhuma preocupação aparente. A cidade em sua face seca e fugaz, de ciborgues com desconhecidas origens e destinos. De “carne”, pouco se vê e raramente se toca. O mundo é mais quadrado que redondo, em que chips de todos os tamanhos e funções produzem a existência atual. Aquilo que se pensava impossível para alguns, tornou-se realidade: a Emoção cedeu lugar à Razão em uma porcentagem inacreditavelmente desumana – 90% de Metais, Plásticos, Fibras Óticas, Carbono e tantos outros elementos e materiais.

Afora o calor gerado pela transmissão energética produzida pelas superfícies eletrônicas compositoras do ambiente artificial ao redor, tudo é muito frio. Frio este que se torna ainda pior devido aos inúmeros pontos de escapamento da massa de aquecimento para o exterior do “Domo Residencial”, tornando o lado externo do domo uma ilusão. Apenas os sentidos antes “naturais” acessam o que hoje é denominado de “mundo perfeito”. Não há mais contato carnal de nenhuma natureza... Como disse, algo impensável há poucos anos atrás... O que as tão conservadoras e mesmo inovadoras religiões e filosofias pregavam até o início do século, foi derrubado por um único evento ocorrido em 2.015, o ironicamente denominado “Movimento Implantário”, plagiando a própria História da Humanidade.

Seu objetivo foi extrapolar o que a evolução humana tanto almejava: sua perfeição! Não houve resistência duradoura para isto, afinal, a Tecnologia foi a criação mais efetiva e bem usada pelos antigos humanos, os quais, apesar de, e principalmente por temerem sua extinção, chegaram a este ponto. O conceito “ciborgue” tornou-se mais que uma simples realidade – alcançou a única existência. Daí o nome “Ciborgan”, amálgama elevado de um reles humano ao que hoje rege a existência. É fato compreensível que, em meio a toda essa mudança, o primordial da sociedade humana e uma quantidade significativa desta pereceu. Porém, uma coisa é inegável: a simplicidade da visão de mundo linear é tanta que a manutenção da ordem é um avanço incontestável conquistado pelos Implantários.

Em meio à lembrança desta realidade, vem aquilo que conheci no “Domo Inferior”, de onde fui retirado por Ciborgan RS-3, como “dor” e minha visão embaralha ainda mais as aleatoriedades ao meu redor. Balanço minha cabeça, porém a dor só piora... Apoio-me no metal frio do braço direito RS-3 enquanto meus pés se confundem e impedem meu equilíbrio. RS-3 me apoia, enquanto me sinto pesado e tudo escurece.


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Contos do Amante da Morte [Semana 01]

Autora: Mari-Youko-Sama
Prelúdio: Lembranças desbotadas

“Condena-me porque estou morto mais continuo a caminhar? Já sou uma criatura condenada meu caro, mas posso lhe afirma que sinto mais sutilezas que qualquer ser que vive... ”

Naquele momento agonizante eu estava em um ambiente sem distinção de alto ou baixo, um local sem sons ou ruídos além da minha própria respiração, uma zona onde não havia nada a não ser a dor aguda que tomava meu corpo por inteiro. Esta que deu lugar a um prazer irracional e em seguida ao desespero do desconhecido, o cheiro inconfundível da morte que me impregnava era docemente amargo e consequentemente inevitável.

Seu abraço tornou-se tão próximo e tão distante, o toque gélido que acariciou minha pele não mais tão quente, mostrou-me os sinais remanescentes do calor que se esvaiu de mim e pouco a pouco o que ocupava seu lugar era um êxtase incontrolável.

Sentimento esse que aos poucos me devorou e consumiu até não restar uma única ponta de minha sanidade:

 – O que será de mim agora?... O que fez comigo afinal? –

Mendiguei com a fala uma resposta, embora as palavras se embaralhassem em minha língua dormente, o corpo já sem calor se movia relutante e desengonçado, erguendo um olhar confuso para o nada ao meu redor, buscando a quem culpar.

– RESPONDA – ME! –

Vociferei como um animal acuado em meio aquele breu enlouquecedor e minha resposta foi um silêncio sepulcral, como se verdadeiramente estivesse sozinho, e aquele momento parecia durar por toda a eternidade.

Mas, eu sabia que não estava só, nunca estive, aquele olhar faminto que me vigiava dia a após dia, desde que nasci finalmente tinha se aproximado o suficiente para poder se apossar do que queria.

Naquele instante após a vida sumir de meu ser, eu tinha plena consciência de que não era mais eu, não pertencia mais a mim, sou daquele ser que fareja o medo, que traga o calor, e que dali por diante era dono de minha coleira por toda eternidade.

Me lembro daquele último dia, lembro-me vagamente do como eu era, quando meu coração ainda batia e eu podia sentir a temperatura de minha pele.

Guardei essas lembranças que se desbotarão de minha memória, tornando-se uma mancha indelével sem forma ou valor, estas que carregam consigo aquele pouco do que eu tinha que se perdeu e não mais voltará.

Para aqueles que lerão essas linhas escritas com meu sangue enquanto ele mantinha a cor carmesim, deixo-lhes este humilde legado, de alguém que tão vivo como um sol que nasce de manhã, também se acaba ao entardecer frio dando lugar as sombras vertiginosas da noite:

“A morte não é o fim de tudo, muito menos um descanso eterno, eu estou morto mais continuo cansado e muito longe de enxergar o verdadeiro fim.”


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sexta-feira, 21 de março de 2014

Revelando os escolhidos!

O MONOBA orgulhosamente apresenta os escritores que trarão histórias que vão das profundezas do mar até galáxias e naves abandonadas. Mundos reais e fantásticos - e por que não dizer sonhos - disputam espaço entre contos de uma memória perturbada, assim como a busca da verdadeira natureza em um futuro caótico. Além, é claro, de histórias encantadas com toques de mistérios e também com os altos e baixos da juventude.

Enfim a longa espera termina!

Os oito escolhidos para essa luta entre romances que durará seis meses de projeto são:


- Moonlance, com a história "Neocene II - nanoships". Sua obra é uma ficção científica espacial, na qual a protagonista Polly Kennathon é levada subitamente ao cargo de Almirante na inteligente espaço-nave Neocene II, para uma missão de reconhecimento em setor intra-galáctico abandonado.

Moonlance também é autor das obras "Chevalier Dota" e "Tuka's Trial".


- Adriana Yumi, com a história "Pepper & Donuts". Sua obra conta a história de Misaki Morishita - uma garota do colegial um pouco diferente do convencional - que tem a sua vida virada de cabeça para baixo quando descobre que sua prima Aiko vai morar com ela. Se não bastasse, torna-se rival com o recém-transferido Nathan e apaixona-se por Abel, amigo de sua prima.

Adriana Yumi também é autora de "Sigma Pi", "Tesouro Torpedo" e "Chuva de Lágrimas".


- Lucas Suwgamm, com a história "Nave Fantasma". Sua obra conta as aventuras do capitão Foster e sua tripulação na busca do disco rígido de uma misteriosa nave que estava desaparecida há muitos anos, reaparecendo no sistema estrelar XY23. No entanto, eles não são os únicos atrás dos segredos desta misteriosa embarcação.

Lucas Suwgamm não possui trabalhos anteriores, mas é bastante criativo.


- Marco Fischer, com a história "Filho da Profundezas". Sua obra começa contando o encontro da tripulação do Hummingbird com um garoto-peixe quase morto. Descobrem, porém, que o rapaz não pertence a nenhuma das várias espécies de criaturas sobrenaturais dos oceanos de Keleb. Perseguido, o garoto encontra refúgio entre os piratas ciganos do Hummingbird... com um segredo que pode ser tão valioso quanto um tesouro.

Marco Fischer também é autor do blog "Crônicas do Mar de Prata" e criador do blog cooperativo "Crônicas do Céu de Âmbar".


- Natalie Bear, com a história "Requiem". Sua obra conta a descoberta feita por Walter Williams nas ruínas de uma cidade peruana. O artefato era um achado único para a arqueologia, porém, ao analisá-lo melhor, percebeu que não deveria divulgá-lo. Enviou o objeto aos cuidados de seus familiares na Inglaterra, longe dos olhos dos demais membros de sua expedição. Walter só não sabia que colocaria a vida de outras pessoas em risco ao tomar essa decisão.

Natalie Bear também é autora de "TNFT" e "Princesa da Neve"


- Marlon Kalango, com a história "Wild Hunt". Sua obra conta a história de Etherdry, um recém-acordado Sylvari - uma raça de plantas com forma humanoide, possuidora de sentimentos - em busca de seu sentido no mundo de Tyria. Sylvari não nascem, eles acordam do Sonho, um lugar além da compreensão, onde apenas a consciência reside. Lá eles recebem um propósito, a Wild Hunt, no qual eles dedicarão sua vida para concluir. A de Ethedry envolve Dragões Anciões e uma pessoa... em um mistério que o levará até os lugares mais longínquos desse mundo, revelando-lhe coisas que apenas ele será capaz de desvendar.

Marlon Kalango também escreve fanfics yaois, fanfic sobre jogos e poesias.


- Silvia Verlene, com a obra "SentiMente". Sua obra descreve um mundo em que a humanidade já não existe mais de forma natural - seja física, mental ou psicologicamente -. Cada pessoa já possui ou é gerada com implantes de sentimentos, criando uma sociedade "perfeita" e racional. E é no caótico Satélite A27, que um garoto de 13 anos, conhecido como "Matriz Zero", estava disposto a reencontrar a sua verdadeira natureza. Na busca por respostas, “Matriz Zero” segue rumo à “Unidade Implantária Central”, berço de todos os Implantários.

Silvia Verlene não tem obras efetivamente concluídas, apenas idealizadas.


- Mari Youko Sama, com a obra "Contos do Amante da Morte - ontem, hoje e sempre". Sua obra mostra as memórias de Marcos Blackwood, ou Lord Uriel, onde estão registradas momentos da vida, da guerra, do assassinato, do seu pós-morte e da eternidade. Memórias que não são fáceis de entender ou decifrar, mas desnudam o sentimento de alguém que morreu, mas não descansa e ainda está a caminhar.

Mari Youko Sama também é autora de "Eruvë, o conto da dama de vidro", entre outros trabalhos que você pode conferir mais na aba de sua história.


Estes foram os oito escritores escolhidos para o projeto MONOBA - Mobile Novel Battle! Lembrando que na aba de cada história você encontrará uma a introdução completa da obra, a ficha do autor correspondente e os links para os capítulos semanais.

Sejam todos bem-vindos, escritores e leitores! E que comece a batalha! Se preparem: dia 28 de março (sexta-feira) começa a primeira rodada de "novels"!

Divirtam-se!

sábado, 8 de março de 2014

O que é MONOBA?

MONOBA - acrônimo de Mobile Novel Battle - é uma batalha de novels (romances), de capítulos curtos, semanais, onde diversos escritores estarão lutando entre si durante seis meses, para descobrir qual deles tem a mente mais criativa e história mais cativante. Os textos têm formato único, permitindo que pessoas atarefadas desfrutem essa divertida experiência através de celulares e outros aparelhos eletrônicos conectados à internet, mesmo que em baixa velocidade, enquanto estão no ônibus ou aguardando uma consulta dentária, por exemplo. E o melhor de tudo é que quem decidirá a melhor história será você, leitor, votando nas enquetes que serão abertas após as publicações semanais, onde os escritores somarão pontos por suas colocações. Mas não pense que essa será a única maneira de ajudar seu escritor favorito! Também terão atividades no Facebook para aqueles que querem dar uma "mãozinha extra". Por isso, não deixem de curtir a nossa página: https://www.facebook.com/mobilenovelbattle e fique por dentro de tudo o que acontece nessa batalha.

O projeto MONOBA foi idealizado por mim, Mid Misha (http://midtales.blogspot.com.br/), no intuito de criar uma atividade que incentivasse o processo criativo. Depois de três meses, entre pesquisas e elaboração de regras, o MONOBA ganha forma. No momento, esta é uma versão experimental do projeto, e a participação, restrita a alguns convidados. Mas a minha intenção é conseguir o maior feedback possível e, então, criar uma versão onde outras pessoas que compartilham do mesmo gosto pela escrita possam se inscrever para o projeto.

Sejam bem-vindos ao MONOBA! Convidem seus amigos para apreciar essa divertida batalha. Dia 21, estaremos revelando os "escolhidos" e um pouquinho sobre suas obras (inéditas).

quarta-feira, 5 de março de 2014