sexta-feira, 30 de maio de 2014

Semana 10 + Resultado da semana 9 + Homenagem de junho

Semana 10 do MONOBA

Mais uma rodada de "novels" acaba de ser lançada! Infelizmente, não teremos "Neocene II - nanoships" esta semana. Lembrando que a votação já está aberta. Não deixe de votar no melhor capítulo da semana! Confira as histórias clicando nos links abaixo, na aba de cada obra ou navegando pelo blog.


Pepper & Donuts: Capítulo 10 - Donuts 10: Um novo lar

Nave Fantasma: Surpresa.

Filho das Profundezas: Parte X - Impulso

Requiem: Aviso do Destino

Wild Hunt: Capítulo 10: Suspeita

"SentiMente" [Semana 10]

Contos do Amante da Morte: Capítulo 9 – Aposta ou Promessa?


A votação irá até às 23:59 do dia 4 de junho (quarta-feira). Você pode votar na aba lateral do blog ou na aba "Votação". E fique de olho! A nova rodada de "novels" estará no ar no dia 6 de junho (sexta-feira). Boa leitura e divirta-se! Muito obrigada pelas mais de 5500 visualizações!


Resultado da votação da semana 9

Totalizando 13 votos, o MONOBA traz as seguintes classificações:

Em primeiro lugar, com 4 votos, a história "Filho das Profundezas", de Marco Fischer.
Em segundo lugar, com 3 votos, a história "Requiem", de Natalie Bear.
Em terceiro lugar, com 2 votos, a história "Pepper & Donuts", de Adriana Yumi (que disputou a colocação com "Contos do Amante da Morte", de Mari-Youko-Sama, em uma votação interna de desempate).

Em seguida temos "Contos do Amante da Morte", de Mari-Youko-Sama (2 votos); "Nave Fantasma", de Lucas Suwgamm (1 voto); "SentiMente", de Silvia Verlene (1 voto) e "Wild Hunt", de Marlon Kalango (sem voto). "Neocene II - nanoships" não participou essa semana, então não receberá pontos.

Parabéns aos vencedores da semana!
Confira mais detalhes da pontuação em "Ranking".


Homenagem de junho (Atividade Extra)

Mais uma vez, você tem a chance de ajudar o seu escritor favorito a ganhar mais pontos! Basta fazer uma homenagem, que pode ser tanto uma ilustração, como uma fanfic (texto criado por fã, baseado em alguma história existente). Neste mês o tema da homenagem é "música"! A entrega das homenagens é até às 23:59 do dia 11 de junho. O que está esperando? Para saber mais como participar, visite a aba "Atividade Extra".

Faça como as leitoras Lil e Rafa. Participe! Todas as homenagens serão postadas na nossa página no Facebook: www.facebook.com/mobilenovelbattle. Curta e fique sempre por dentro das novidades do MONOBA, além de descobrir um pouco mais sobre o seu escritor favorito e suas inspirações!

Neocene II – nanoships [Semana 10]

Autor: Moonlance

- Sem capítulo esta semana -

Pepper & Donuts [Semana 10]

Autora: Adriana Yumi
Capítulo 10 - Donuts 10: Um novo lar

- A partir de hoje, você vai ficar sob os cuidados da sua tia, Misaki.

O pai de Misaki era muito rígido com a educação do seu filho mais velho, Masaki. Ao perceber que suas notas estavam caindo, ele decidiu deixar Misaki sob os cuidados dos pais daquela que seria sua primeira amiga, Aiko. Misaki, que até o momento estava acostumada com o irmão, não recebeu a notícia muito bem.

- Buááááá´! Quero ir embora!! Quero ver meu irmão!
- Calma, Miki! Venha aqui, vamos ver TV, tá passando um desenho muito legal! E tem a sua priminha pra brincar também!
- Não quero! Eu quero o meu irmão!!

Os tios de Misaki tentavam a todo custo acostumar a sobrinha na sua nova rotina, mas ainda sofriam com a constante choradeira da garota e a falta que sentia do irmão mais velho. Outro fator que acabava dificultando era a própria filha, Aiko. A garota era bastante tímida e raramente saia do seu quarto. Durante as primeiras semanas, ela e Misaki quase não se falavam. Essa rotina persistiu por mais algumas semanas, até que Misaki começou a acostumar a conviver com os tios, e aos poucos os berros e a choradeira cessaram. Um dia, Misaki resolveu ir ao parquinho para brincar um pouco.

- Tios, vou sair pra brincar lá no parquinho.
- Ah, você vai ao parquinho, Miki? Leve a Aiko junto.

Aiko estava lendo um livro em seu quarto e não pareceu muito interessada em ir com a prima, mas após uma série de insistências dos pais, a garota foi junto. Misaki pensou em convidar a prima para brincar no balanço, mas ao notar que ela estava levando em sua mochila um livro, achou melhor ir brincar sozinha.

- Ahn...eu vou brincar lá no balanço...tá?
-...tá bom.

Naquele momento, Misaki sentiu um aperto no coração. Apesar de sempre brincar sozinha no parque, era a primeira vez que ela vinha com alguém que não fosse seu irmão. Ao pensar no irmão, a garota logo sentiu falta dele e começou a pensar no que ele estaria fazendo naquele momento. Porém, seus pensamentos foram interrompidos por um grupo de baderneiros que estavam falando alto perto do balanço.

- Hahaha! Aí eu falei pra aquele velho idiota o seguinte...
- Ih, tá vindo uma pirralha aí!

Misaki queria brincar no balanço. Ela andou em direção ao balanço mais afastado do grupo que estava falando alto e ficou ali quieta, balançando seu corpo levemente.

- Ô pirralha, cê não tem mais o que fazer, não?
- Ei, deixa ela brincar aí! Ela não tá fazendo nada mesmo.
- É que não tô gostando do jeito que ela tá me olhando...

Misaki não gostou da atitude daqueles homens, e começou a encará-los friamente, como se estivesse dizendo pra eles “caiam fora”. Um dos arruaceiros perdeu a paciência e foi em direção ao balanço onde estava a garota.

- Agora você vai ver, sua fedelha!!


Ir para o próximo capítulo de "Pepper & Donuts"

Nave Fantasma [Semana 10]

Autor: Lucas Suwgamm
Surpresa.

— Mal...ditos... — ofegantemente, Michael falava para si mesmo tampando com a mão esquerda a recém-ferida formada em seu braço direito. Tinha escapado por porco, se não fosse mais um disparo preciso de Edgar, contudo conseguiu cumprir o seu objeto, agrupou-se com Milene e Samara, apesar dos pesares.

Cinco inimigos cercavam o grupo, não tinha por ondem ir, e o pior, estavam longe de Foster. O homem de cavanhaque negro executou mais um tiro preciso e uma centelha atravessou o capacete metálico de mais um inimigo bizarro, enquanto o corpulento corpo da criatura ia ao chão, os quatro restantes locomoviam agilmente na direção dos homens de Foster.

— E agora Michael? — o rapaz de traje preto perguntava, enquanto se prepara para mais um tiro preciso – meu traje está sobrecarregando. — ele mantinha uma calma assustadora – E você não consegue mais atirar....

— Nunca... viu a nossa ...Ás em ação... né? — O homem roliço e loiro demonstrava um olhar confiante. — Milene... está na hora... do seu “show”.

A grande moça não esperou o moço de cabelo tigelinha terminar a sua fala, havia sobressaltado sobre ele e se jogou no primeiro inimigo da direita, uma forte luz roxa na forma de uma lâmina saiu do seu traje, na região do braço esquerdo, e cortou o inimigo em dois e com o braço direito, agora com uma luz verde, separou a cabeça do pescoço do segundo. Deu um salto para o lado e com um disparo a queima roupa matou o terceiro.

— Edgar, não é hora de ficar com queixo caído!!  Ajude a Moça! — Michael reuniu suas ultimas forças e esbravejou suas ordem para o homens de cabelos comprido.

— Sim.. senhor – e, apesar de toda admiração e surpresa, com mais um tiro preciso matou outro inimigo que se aproximava rapidamente da retaguarda de Milene – Então esse é o poder de uma dançarina da morte.

— Corpo cibernético. — falava Samara, agora mais calma ao ver o último inimigo derrotado – Resultado de muitos implantes e um controle mental incrível. — Colocava sua mão sobre o ombro de Edgar, que ainda estava admirando as proezas da Milene. — Mas você não fica muito atrás, tem uma mira muito precisa. — Sorriu para o sujeito.

A batalha estava chegando ao fim, a trupe sobrevivente dos renegados estavam comemorando o fim da luta, enquanto, mais adiante, Carlos e Foster executavam a criatura remanescente. No entanto, quando tudo estava caminhando para um desfecho, um imenso buraco abriu sobre os pés dos dois capitães, desapareceram, caindo na escuridão da abertura.

Seus subordinados não puderam fazer nada, além de ficarem parados olhando, sem entender o que havia acontecido.


Ir para o próximo capítulo de "Nave Fantasma"

Filho das Profundezas [Semana 10]

Autor: Marco Fischer
Parte X - Impulso

Uma estranha bioluminescência esverdeada iluminava o abismo submerso em clarões esparsos enquanto vozes vindas de lugar nenhum continuavam a ecoar pelas paredes de pedra como se proferidas por fantasmas invisíveis nadando em círculos. Por trás da parede de tinta exalada pelos súditos do Rei Polvo era impossível enxergar o Maleko, mas não havia dúvidas de que sua presença era o olho daquela tempestade de horror em formação.

Os soldados octópodes se preparavam para investir contra o garoto-peixe enquanto o Arauto de Kanaloa continuava em seu estado de torpor psíquico. Precisariam apenas de uma única carga usando a propulsão natural de seus corpos para perfurar o rapaz de todos os lados, acabando com a ameaça. Eles se colocaram em formação ao redor do Maleko, já com as armas em riste, quando algo subitamente os atingiu e fez com que se espalhassem confusos em todas as direções.

Era um anel de bolhas, formado por dois círculos que aumentavam e diminuíam à medida que um passava por dentro do outro, da mesma forma que aqueles expelidos naturalmente por baleias, golfinhos e vulcões submersos, porém muito maior. Enquanto o círculo que se ampliava atingiu os guerreiros polvo, o círculo que diminuía de tamanho se fechou ao redor do Maleko, o erguendo rapidamente pelo abismo na direção da superfície.

Ao chegar às águas mais rasas, ele se viu cercado por um cardume de tubarões de todos os tipos e tamanhos. Alguns o circundavam com curiosidade, outros desciam até a entrada do abismo e espantavam qualquer súdito do Rei Polvo que estivesse vindo ao seu encalço. O maior deles estava simplesmente parado em sua frente, e sobre seu dorso estava o velho sábio do clã que o acolhera.

Ainda com os olhos obscurecidos, o Maleko se libertou do anel de bolhas com um movimento brusco e avançou descontrolado para o velho nativo, espantando os tubarões com o forte clarão esmeralda que projetava na água. O Kahuna não se abalou e reagiu rapidamente com um movimento de seu cajado, criando um forte impulso que lançou o garoto-peixe para a superfície como um canhão.

Violka estava mancando na direção do navio apoiada em Chuva de Outono quando viu o Maleko sendo disparado do mar, voando em um arco vertiginoso até se chocar contra a areia perto de onde estava. Com uma expressão de surpresa, a capitã assentiu para a elfa e as duas desviaram o caminho na direção do garoto.

O Maleko estava completamente desorientado e confuso, sentindo como se estivesse dormindo antes de ser acordado pela queda. Seu corpo estava dolorido pelo impacto e ralado pela areia, mas o solo fofo da praia havia impedido um ferimento pior. Deitado de barriga para cima, ele sentiu seus olhos lentamente voltarem a sua forma original, expulsando lágrimas grossas e negras que escorreram como óleo por seu rosto.

Agora que estava fora do oceano, todas as vozes haviam silenciado. Todas com exceção de uma única, mas essa era a voz melodiosa e gentil daquela que iria se tornar sua capitã.


Ir para o próximo capítulo de "Filho das Profundezas"

Requiem [Semana 10]

Autora: Natalie Bear
Aviso do Destino

- Meus pulsos ficaram marcados. - Rebeca resmungou enquanto massageava seus pulsos agora libertos e sentava-se a uma mesa no canto do porão junto do senhor Levine.

- Precisamos esclarecer nossos problemas de uma vez por todas, Senhorita Williams. - sentou-se vagarosamente em sua cadeira e pousou as mãos sobre o tampo da mesa - Estou ciente de que sua bagagem, que contem o objeto em questão, está em posse de um estrangeiro. Um americano. A relíquia é muito importante para ficar nas mãos de um desconhecido.

- Como o senhor sabe a nacionalidade dele se nem eu, que conversei com Lawrence, sei? - debruçou-se sobre a mesa, fitando aquele senhor com desconfiança.

- Eu tomei a liberdade de conferir os passageiros do navio em que a senhorita embarcou. - devolveu um olhar sério à moça.

- Como sabe o navio que peguei? - Rebeca aumentou o tom de voz, começando a irritar-se com a prepotência de Levine - Por acaso aqueles sujeitos que me atacaram eram…? - não completou a frase, esperando que ele o fizesse.

- Eu não mandaria foras da lei atrás de uma jovem como a senhorita. - respondeu deixando seu incômodo com a questão levantada transparecer na voz - Eu tinha uma pessoa observando seus movimentos desde após o recebimento daquela carta.

- Então foi o senhor que mandou a carta?

- Não fui eu. Desconheço o autor dela, apenas sei o que nela é pedido. - suspirou.

- Como pode saber de algo assim sem conhecer o autor da carta? - a moça fez uma careta, ansiosa para saber mais sobre aquela história e, principalmente, descobrir onde seu pai estava - O senhor a interceptou?

- Sim. - fitou a moça impaciente com seu olhar cansado - Eu sou encarregado de supervisionar o que é despachado dos sítios arqueológicos e embarca nos navios. - pronunciava aquilo com orgulho - Cometi um erro ao não averiguar o que seu pai mandou para a senhorita e seu tio. - meneou negativamente a cabeça - Quem escreveu a carta quis despacha-la pelo navio que usamos para esse fim, portanto passou por mim e eu não cometi o mesmo erro de antes.

- Então o senhor sabe que eu preciso entregar o artefato à pessoa que escreveu aquela carta. Eu preciso ir para Cuzco para troca-lo por meu pai! - Rebeca agitou-se ao perceber que provavelmente estava perdendo tempo conversando com aquele sujeito, pois precisava viajar o mais rápido possível àquela cidade que ficava distante de onde estavam.

- Sim, eu sei e me sinto culpado pelo ocorrido, por isso ir- - de repente um homem muito alterado e de olhos cor de mel arregalados aproximou-se com muita pressa dos dois, balbuciando palavras inconstantes de forma nervosa:

- Senhor Levine…! - o sujeito de rosto rechonchudo parou para respirar.

- O que está acontecendo? Por que está assim, Louie? - Levine alarmou-se e ergueu-se de seu assento.

- Um homem…! Um homem está causando problemas na entrada…!


Ir para o próximo capítulo de "Requiem"

Wild Hunt [Semana 10]

Autor: Marlon Kalango
Capítulo 10: Suspeita.

Não pensei que poderia me sentir tão em casa fora do Bosque, como me senti em Hoelbrak. Seus cenários gélidos, a enormes fogueiras, escuturas gigantescas de gelo que não derretia há seculos. Era tudo tão novo, tão diferente, e ao mesmo tempo parecia-me tão familiar. Especialmente a casa de Arawn. Ao chegarmos a lareira estava acesa, e um calor aconchegante nos recebeu. Havia um servo lá, pouco maior do que o vi pela primeira vez quando acordei no hospital.

-Ah, estou de volta, Morten! - Arawn disse, e a criatura de jogou em seus braços, balançando a diminuta calda, como um cãozinho. - Este pequenino aqui foi meu primeiro servo, Ether. Não o destruo como os outros, e ele cuida da minha casa enquanto estou fora. Pequeno, mas não subestime o que ele pode fazer.

-Entendo -Disse, despindo-me do espesso casaco de couro que me protegeu do frio durante a viajem. Em verdade, estava começando a fica um pouco encomodado com 'roupa por cima da roupa'. - Então, aqui é seu lar.

-Sim. Ficaremos por algum tempo, pra relaxar e recobrar as forças antes de seguir adentro nas montanhas.

Ele respirou fundo, e com um gesto simples tocou o rosto. Creio ter ouvido algo sussurrado brevemente. Arawn tirou também seu casaco, e agora eu podia ver que a pintura e marcas em seu rosto haviam sumido. O esbranquiçado fúnebre em seus olhos deu lugar à um vivido e profundo violeta, com leves tons castanhos. Ele percebeu minha surpresa.

-Você não pensou que aquele era meu tom natural de olhos, não é? -Ele riu

-Bem...é dificil dizer.

-Haha. Não, aquela era a marca do espectro. Todo necromante tem uma marca com um dos espíritos da morte com quem tem mais afinidade. A minha é a do espectro.

Fiz um gesto de afirmação. Arawn parecia tão diferente assim,mais gentil, quase tímido. Algo que me atraía a sua personalidade já calma. A tarde foi indo embora dando lugar à noite, e saímos pela enorme cidade. Jantamos especiarías típicas do lugar, e era uma mais saborosa que a outra. Contemplamos as estrelas, sob arvores no grande lago congelado dos Norn.

-Arawn, o que você busca em sua jornada? -perguntei enfim, tanto por curiosidade como em busca de pistas da minha própria jornada ligada a ele.

Oh, meu amigo. - O Norn suspirou, e eu vi em verdade, o pesar em seus olhos. - Meu irmão, Blader. Há pouco mais de um ano, ele saiu em missão investigando os Icebrood, servos do dragao de gelo, Jormag. Foi a ultima vez que o ví. Todos desistiram de procurá-lo após cinco meses. Eu não.

Senti-me culpado, e ao mesmo tempo, senti compaixão. Perder alguém importante deve ser uma dor além do que conheço, só podia imaginar. E então, lembrei-me do meu sonho. A neve, como gritava por Arawn na tempestade, e como o frio congelava até minha alma. Arregalei os olhos subitamente, numa suspeita....Aquele não era eu no sonho.


Ir para o próximo capítulo de "Wild Hunt"

“SentiMente” [Semana 10]

Autora: Silvia Verlene

Inquietude...
Em meio à declaração dos Implantários de que o mundo agora os pertence, só temo por nosso futuro. Uma caçada aos Humanos foi declarada e me questiono se este é mesmo o fim da Era Humana ou apenas mais um passo em sua história. Segundo o comunicado oficial dos Implantários, não haverá quem consiga escapar dos novos substitutos da humanidade, os Ciborgans. Onde, afinal, chegamos a permitir esse caos de nossa própria extinção? Tudo bem que muito do que criamos era mais para a destruição do que algo realmente criativo, mas chegar ao ponto de vivermos tudo o que assistíamos ou mesmo líamos em obras de ficção já é um grande pesadelo!

Corro para chegar o quanto antes em casa e unir-me à minha esposa para partirmos, nem sei ainda para aonde. Contudo, escondermos-nos agora é a única e mais racional opção; devemos pensar em nossa sobrevivência antes de começarmos a pensar em alguma solução pra essa loucura...

Espero que Lisa já esteja arrumando tudo. Com esse corte das comunicações é impossível sequer enviar uma mensagem de voz automática. E eu que nunca pensei em retrocedermos para um momento temporal em que nem ao menos tínhamos ideia do que era um telefone... Malditos Governantes!

Nas ruas um verdadeiro pandemônio: pessoas correndo de e para todos os lados, gritos desesperados e, pasmo, até pessoas se matando! Será que tudo isso foi apenas um reles golpe para se dizimar uma quantidade relativa de pessoas? E quando eu menos espero, eis que vejo algo incomum: um homem atacando uma criança, tendo sua jaqueta rasgada ao enganchá-la no ferro de um carro recém quebrado, tendo seu braço de metal à mostra: um Ciborgan! Sim, não há como NÃO saber quem são! É uma visão real bem mais assustadora do que minha vã imaginação possa sequer assimilar!

Em poucos segundos de pavor, caio na real e num súbito impulso, sigo correndo em direção ao garoto atacado na tentativa de ajudá-lo. Não entendo de onde me veio tal "coragem", mas alguma coisa naquele ato me instigou um instinto feroz de proteção e só penso que tenha sido pelo filho que Lisa e eu perdemos meses atrás. É como se eu o imaginasse sendo pego por um desses novos pseudo-humanos de metal frio e mortal.

Ao me aproximar, no entanto, nem mesmo tenho tempo de tocá-lo, pois sou impedido por punhos brilhosos que acertam meu peito, jogando-me contra o carro quebrado. Após o impacto, sinto-me sendo suspenso e vejo os mesmos punhos responsáveis por esta segunda ação. Ao levantar o olhar, encaro um rosto familiar, dono daquelas mãos de aço, acompanhados da voz tão conhecida de meu parceiro de empresa: "Sabia que você viria até nós, Karl".

Contos do Amante da Morte [Semana 10]

Autora: Mari-Youko-Sama
Capítulo 9 – Aposta ou Promessa?

O céu estava limpo e o sol já estava se pondo quando Marcos avistou o posto de guarnição depois de dias de caminhada para o norte.  O local tinha sido construído aproveitando das ruínas de um velho forte de pedra, um estábulo e um pequeno moinho parcialmente tombado recoberto pela vegetação, formavam o que era aquele posto de recrutamento do Senhor de Súlinm. Marcos ouviu dos soldados que já tinham sido reunidos cerca de 500 homens: entre camponeses, espadachins errantes e ladrões naquele lugar.

Não havia uma ordem de onde dormir, Marcos conseguiu pão e carne seca na distribuição de alimento e buscou um lugar tranquilo para descansar, encontrando no moinho cheio de morcegos um bom abrigo. Lançou o manto sobre um dos blocos de pedra e ali repousou, cravando a tocha no encontro das pedras:

– Vai ficar quanto tempo ai em cima? – comentou em tom despreocupado.

Como se deslizasse das sombras do telhado para luz sem emitir praticamente nenhum som, uma silhueta feminina repousou o corpo sobre uma das vigas de madeira, o manto bege cobrindo-lhe o corpo:

– Como sabia que eu estava aqui, Marcos? – a voz de Apony parecia intrigada.

– Já disse pra mudar de perfume. – comentou, enquanto puxava uma garrafa de vinho. – Você bebe?

– Curioso… você não parece assustado. – os orbes dourados se estreitaram. – Não tem curiosidade de saber o que eu sou?

– Não acho que vou entender, mesmo explicando – deu de ombros, tomando alguns goles do vinho – mas eu acho que você não foi recrutada pra guerra.

– Você é tão divertido! – a mulher sorriu, enquanto deslizava da viga de madeira para próximo de Marcos – mas e você? Não tem obrigação de estar aqui. Por que veio?

– Eu tenho obrigação sim.

– Obrigação com quem? O antigo Regente já morreu e não lhe pediu nada.

– Não é pela memória do meu pai, mas… – olhou da garrafa para encarar os olhos misteriosos da outra – eu acho que me arrependeria se não viesse. – concluiu, um tanto incerto de suas palavras.

– As pessoas morrem nas guerras Marcos. – Apony estendeu o dedo ao gargalo da garrafa, causando um ruído fino com o movimento circular – E se você morrer, quem cuidará do seu irmãozinho?

– Eu não vou morrer, não vou perder pra ela de novo. – apertou a garrafa em sua mão.

– Está desafiando a própria morte, então? – Apony levou o dedo à boca lambendo a bebida – Que aposta ousada, jovem Blackwood.

– Não me importa se é ousada ou impossível. – tomou bons goles e seu rosto já se mostrava ruborizado pelo efeito do álcool. – Eu disse que não morreria, e não vou morrer nessa guerra!

– Então eu também vou apostar, Marcos – Apony enlaçou o pescoço do outro com os braços – Vou apostar em você e contra a morte, e se você voltar vivo… – a mulher aproximou o rosto do de Marcos – no aniversário de nosso primeiro encontro, no mesmo lugar, te direi o meu segredo. – selaram a promessa com um beijo.

“Um homem não é o que promete, mas o que cumpre. Será?”


sexta-feira, 23 de maio de 2014

Semana 9 + Resultado da semana 8 e mês de maio + Atividade Extra de junho

Semana 9 do MONOBA

A nona rodada de "novels" já está no ar! Começa um novo mês no MONOBA cheio de reviravoltas e aventuras. Infelizmente não teremos "Neocene II - nanoships" nesta semana. Confira as histórias clicando nos links abaixo, na aba de cada obra ou navegando pelo blog.


Pepper & Donuts: Capítulo 09 - Donuts 9: Encontro inesperado

Nave Fantasma: Buracos.

Filho das Profundezas: Parte IX - Vozes

Requiem: Corra para as Montanhas

Wild Hunt: Capítulo 9: Hoelbrak.

"SentiMente" [Semana 09]

Contos do Amante da Morte: Capítulo 08 – Ressentimentos passados.


Boa leitura e divirta-se. Lembrando que você já pode votar na melhor história da semana! As votações irão até às 23:59 do dia 28 de maio (quarta-feira). Você pode votar na enquete que se encontra na barra lateral do blog ou na aba "Votação". Não deixe de participar! A nova rodada de "novels" estará no ar no dia 30 de maio (sexta-feira).


Resultado da votação da semana 8 e do mês de maio

Com 13 votos e novamente um triplo empate, a oitava semana do MONOBA trouxe as seguintes classificações:

Em primeiro lugar, com 3 votos, a história "Filho das Profundezas", de Marco Fischer.
Em segundo lugar, com 3 votos, a história "Requiem", de Natalie Bear.
Em terceiro lugar, com 3 votos, a história "Contos do Amante da Morte", de Mari-Youko-Sama.

OBS: A ordem dos vencedores foi decidida através de votação interna.

Em seguida temos "Wild Hunt", de Marlon Kalango (2 votos); "Pepper & Donuts", de Adriana Yumi (1 voto); "SentiMente", de Silvia Verlene (1 voto) e "Neocene II - nanoships", de Moonlance (sem voto). "Nave Fantasma", de Lucas Suwgamm não participou dessa semana, então não receberá ponto.

Depois de 4 semanas, totalizando 82 votos, o MONOBA tem orgulho de apresentar os vencedores do mês de maio!

Em primeiro lugar, com 32 pontos, a história "Filho das Profundezas", de Marco Fischer.
Em segundo lugar, com 27 pontos, a história "Contos do Amante da Morte", de Mari-Youko-Sama.
Em terceiro lugar, com 24 pontos, a história "Requiem", de Natalie Bear.

Seguidos de "Pepper & Donuts", de Adriana Yumi (6 pontos); "Wild Hunt", de Marlon Kalango (4 pontos); "Nave Fantasma", de Lucas Suwgamm (3 pontos); "SentiMente", de Silvia Verlene (3 pontos) e "Neocene II - nanoships", de Moonlance (2 pontos).

Parabéns aos vencedores da semana e do mês de maio!
Confira mais detalhes da pontuação em "Ranking".


Atividade Extra do mês de junho

Nada melhor do que ter uma bela melodia de inspiração para escrever. Não é diferente com os escritores do MONOBA. Por isso, o tema do mês de junho da "Atividade Extra" é "música"!

Mais uma vez você tem a chance de homenagear e garantir pontos extras para o seu escritor favorito! A partir de hoje e até às 23:59 do dia 11 de junho (quarta-feira), o leitor poderá enviar a sua homenagem para o MONOBA. Pode ser em forma de ilustração ou fanfic (texto criado por fã, baseado em alguma história existente). Descubra como participar em "Atividade Extra".

Todas as homenagens serão postadas na nossa página do Facebook: https://www.facebook.com/mobilenovelbattle. As melhores homenagens entram em votação valendo ainda mais pontos para o seu escritor favorito. Faça a diferença nessa batalha!

Neocene II – nanoships [Semana 09]

Autor: Moonlance

- Sem capítulo nesta semana -

Pepper & Donuts [Semana 09]

Autora: Adriana Yumi
Capítulo 09 - Donuts 9: Encontro inesperado

A garota queria acreditar nas palavras do tio, mas uma ponta de dúvida brotava em seu coração ao se lembrar do passado. Assim que olhou pro fim do corredor, notou uma silhueta familiar parada, encostada em uma das paredes, como se estivesse esperando-a. Era Nathan.

- E aí. Comeu muito?

Misaki não respondeu à pergunta de Nathan. Ao invés disso, andou silenciosamente até o rapaz e de repente, deu-lhe um chute nas pernas, fazendo Nathan cair no chão.

- AI, MINHAS PERNAS! SUA MALUCA!
- Isso é pelo papelão de hoje de manhã! Seu idiota retardado!!! O que você tem na cabeça?! Um cérebro de minhoca?
- Mas qual é?! Você tava quase caindo no meio da rua hoje de manhã! Tá fazendo dieta pra emagrecer, por acaso?
- Claro que não! Eu só estava com alguns problemas em casa, okay?
- Mesmo estando com problemas, não é bom ficar de barriga vazia. Não presta atenção nas aulas de biologia, não?
- Não gosto de biologia. E não sei por que estou perdendo meu tempo discutindo com você, a Kelly deve estar me esperando.

Misaki virou as costas e estava se preparando para ir embora antes que perdesse ainda mais a calma, mas ao dar o primeiro passo, ouviu a voz de Nathan.

- Se não puder resolver os problemas de imediato então tente não pensar neles. Ou senão essa sua preocupação vai te consumir e você não vai conseguir fazer nada enquanto não lidar com isso.
- ...isso era pra ser um conselho?
- Isso é um conselho. Você é lerda mesmo...enfim, fui. E obrigado pelo chute nas minhas pernas.

Misaki observou Nathan levantar-se e caminhar em direção ao pátio. A garota tentou pedir desculpas pelo chute e agradecer pela preocupação, mas seu orgulho falou mais alto e apenas observou a silhueta do rapaz desaparecer à medida que ele se afastava dela. Realmente Nathan tinha razão nesse ponto, ela precisava enfrentar os problemas antes que isso a afetasse demais. Porém, Misaki não sabia como enfrentar tudo isso.

Ao invés de encontrar-se com sua amiga Kelly, a garota preferiu sentar num dos bancos que havia ali no corredor. Fechou os olhos e começou a relembrar certas coisas do seu passado.

Como tudo realmente começou.

Era verão e estava bem quente. A maioria das crianças aproveitava que as férias escolares começaram para brincar na rua, ou num parquinho que havia perto da casa onde Misaki morava na época. As crianças que brincavam no parque tinham um certo receio de Misaki, pois ela sempre mantinha uma expressão séria no rosto, e por isso não conseguia fazer amigos. Mas ela não ligava. “Tenho meu irmão pra brincar comigo todos os dias!”, pensava a garota.

Masaki tinha 13 anos na época. Como os pais trabalhavam, o garoto cuidava de Misaki após a  escola. Além disso, também cozinhava, brincava e ajudava a irmã nos estudos.
E essa rotina se seguiu nos próximos dias. Até que algo aconteceu.


Ir para o próximo capítulo de "Pepper & Donuts"

Nave Fantasma [Semana 09]

Autor: Lucas Suwgamm
Buracos.

Informações dançavam nas retinas de cada ser presente no corredor penumbrado, mostrando “objetos” aproximando de todos os lados, os solados de Carlos olhavam para o teto, para o chão e para as paredes, sem entender nada, afinal estavam em um corredor, não era possível que estes objetos viessem pela parede, pelo menos era isso que pensavam.

Já os companheiros de Foster ficavam mais apreensivos, sem dizer nada e tão pouco conseguiam entender oque estava para acontecer. Diferente do experiente pirata espacial, que estava pensativo, trocando olhares com o Foster.

– Está na hora de você pegar essa velha arma que você carrega em sua cintura – disse o capitão da união para Carlos.

– Isso é...- passou a mão por cima da arma – Só um objeto com certo valor sentimental para mim. – seu traje começou a mudar na região do punho. – A modernidade é muito mais efetiva. – um singelo sorriso aparecia em seu rosto.

Foster também sorriu e acompanhou o seu inimigo de outrora, preparando o seu traje espacial para o possível combate que estava por vir, no entanto uma pergunta não saia da sua cabeça, o que realmente “estava por vir”?

– Edgar e Michael venha ao meu lado! Milene proteja a Samara! – Foster comandava seus companheiros.

– Muito bem, vamos precisar da ajuda momentânea destes bastardos da União! – Carlos ordenou aos seus soldados, após ver a ação do capitão. – rápido, executem a formação Gama! – Depois terminamos o nosso assunto. – murmurou para Foster.

Entretanto, ninguém conseguiu cumprir suas ordem, uma enorme explosão ocorreu em uma parede próxima, e de um buraco resultante da mesma, surgiu uma sombra humanoide, que imediatamente, matou o soldado de Carlos que estava mais perto, com um único golpe.

Pouco a pouco a poeira ficava cada vez menos densa e com isso a imagem de uma criatura branca, com músculos vermelhos bem salientados, começava a ficar cada vez mais visível, assim como cabos pretos que percorriam por todo o seu corpo nu e terminavam no seu capacete que cobria somente metade do seu rosto, deixando somente a boca visível, ou algo que podia chamar de boca, afinal estava toda costurada, ou pelo menos era isso que aparentava.

Quando a fumaça finalmente sumiu, era possível ver o braço da criatura atravessando o peito do soldado abatido, ao instante que outras começavam a surgir do buraco feito na parede.

Contudo, essa cena da criatura imponente foi passageira, pois um feixe azul, provindo do braço de Edgar, atravessou o crânio do ser misterioso, matando-o instantaneamente.

- Corram!! essa nave está infestada por Nêcroneos! – Carlos gritou enquanto começava a atirar na direção da abertura na parede.

Seus disparos lampejantes foram seguidos por outros, junto com ruídos de passos apressados e gritos agonizantes. Outras fissuras eclodiam por todo o corredor, tanto pelas paredes laterais quanto pelo teto. Os corpos das criaturas caim a cada disparo, assim como alguns homens de Carlos, que estavam mais perto das mesmas. Os sobreviventes estavam ficando sem escapatória e a morte parecia cada vez mais certa.


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Filho das Profundezas [Semana 09]

Autor: Marco Fischer
Parte IX - Vozes

O Arauto de Kanaloa ergueu sei imenso corpo cefalópode das sombras e fitou o Maleko com olhos cinzentos e membranosos, enquanto as nadadeiras nos lados de sua cabeça ondulavam agitadas e um padrão psicodélico de luzes azuis, roxas e verdes serpenteava freneticamente abaixo de sua pele. Ele era a criatura conhecida pelos nativos como He’e Mo’i, o ‘Rei Polvo’, e sua voz estremeceu a água quando falou.

“Filho das Profundezas. Ofereci-lhe refúgio em meu santuário e agora cobro o preço devido. Um segredo por sua proteção. Me entregue a chave de Y'ha-nthlei e teremos cumprido o nosso acordo.”

O rosto do garoto-peixe se contorcia em uma careta, os pequenos pontos luminosos em seus olhos diminuindo de intensidade. Sua cabeça doía ainda mais agora, e os sussurros continuavam a atormentá-lo, vindos de algum lugar ainda mais profundo e distante do que os domínios do Rei Polvo.

“A Ordem já te localizou. Você também deve estar sentindo a aproximação deles. Os híbridos abissais estarão aqui em breve, e não serão tão piedosos. Apenas cumpra nosso trato entregando o segredo, e comigo ele estará seguro.”

-Você disse que eu teria a proteção da ilha por quanto tempo eu quisesse! Que o tempo necessário pra mim não era nada pra você! Eu quero voltar para lá!

“Você está certo sobre o que eu lhe disse. Mas a imprudência em deixar a ilha foi sua. Agora é tarde demais. O santuário não poderá mais escondê-lo, e meu trabalho está feito. Terei o que quero antes que você seja morto.”

Os enormes tentáculos da entidade se aproximavam do Maleko agora, ao mesmo tempo em que outras formas marinhas deslizavam entre eles. Eram os súditos do Rei Polvo, uma raça de moluscos inteligentes que brandia lanças e escudos feitos com esqueletos de arraias e outras criaturas do oceano. Eles se comunicavam em clarões azulados e expeliam tinta enquanto cercavam o rapaz, formando uma barreira escura e pegajosa para evitar sua fuga.

Os olhos do garoto escureciam cada vez mais agora, os pontos luminosos em sua superfície enfraquecendo até se apagarem completamente. O céu de estrelas noturnas em seus orbes se transformou em um completo breu, e os guerreiros polvo se assustaram ao ouvir vozes nas profundezas que não eram as suas.

Os tentáculos de He’e Mo’i vacilaram enquanto ele paralisava na água, seus olhos assumindo a mesma tonalidade escura que os do Maleko. O corpo do Rei Polvo começou a emitir sinais luminosos que seus súditos entendiam como um alerta de perigo, mas havia algo mais, algo que eles reconheciam, mas não se lembravam de ter visto uma única vez tendo vindo daquela assombrosa criatura.

O Arauto de Kanaloa estava com medo. Sua mente ancestral havia sido tomada de assalto por uma poderosa presença psíquica, um pesadelo adormecido do oceano que respirava entre ruínas cobertas de lodo tão negro quanto os olhos daquele rapaz. Um pesadelo de Y'ha-nthlei, cujas vozes rodopiavam naquela fenda submarina em um redemoinho quase palpável de medo.

O Filho das Profundezas estava despertando.


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Requiem [Semana 09]

Autora: Natalie Bear
Corra para as Montanhas

A construção era feita de frias pedras robustas lapidadas em forma de grandes tijolos cinzentos. Os tetos das casas cinzentas eram recobertos por espessas camadas de palha. As entradas em forma de trapézio davam para ambientes muito escuros para quem olhava de fora.

O sujeito em uma das grandes casas encolhia-se sob um cobertor, incomodado por estar exposto ao ar gelado que adentrava todas aquelas aberturas e pelo oxigênio rarefeito que lhe deixava cansado com facilidade. Impaciente, ele levantou-se de sua cama feita de rocha e rumou para o exterior, onde o céu cinza muito claro atrapalhou sua visão. Quando voltou a abrir os olhos percebeu que um grupo de pessoas, que usavam roupas vibrantes e curtas demais, não se importando com o ar frio e ventoso, estavam reunidos em volta de um sujeito muito idoso, repleto de rugas e manchas no rosto moreno, recitando algo em seu tom de voz abafado e muito calmo para os demais. O sujeito que acabara de sair da grande casa, estranho naquela terra fascinante, conhecia o complicado dialeto, mas raramente tivera a chance de ouvi-lo sendo usado. Não lhe era uma tarefa muito fácil compreender o que ali era dito.

Ele olhou para suas costas em busca da posição do sol e percebeu que o astro estava oculto pela parte mais alta do pico branco e gelado que fazia parte de uma cordilheira delas, como se não existisse mais solo plano naquelas terras. A própria aldeia era composta de subidas e descidas, com degraus esculpidos na pedra da montanha abaixo de seus pés. A construção disforme e e complexa do lugar era cativante.

- Você… Melhor? - Uma moça de longos cabelos negros aproximou-se do estranho e fitou-o com seus grandes olhos escuros e curiosos.

- Um pouco melhor. As vezes minha cabeça parece girar. Talvez por estarmos tão acima do solo. - deu uma risada sem graça com a própria constatação tola.

- Estamos no solo. - ela franziu o cenho, não entendendo tudo o que aquele peculiar homem de pele cinzenta dissera.

- Suponho que esteja certa. - depois de mais uma risadinha embaraçosa, o homem de cabelos castanhos virou o rosto, observando melhor cada mínimo detalhe que seus olhos atentos descobriam.

- Homem tolo. - deu uma risada, mas logo mudou de expressão - Li… Líder querer ver você. - apontou para uma enorme construção na região mais alta da cidadezinha, com um formato piramidal.

- Outra vez? - perguntou pensativo, mas deu de ombros - Obrigado pelo aviso, Killimsa. - após despedir-se da moça, ele subiu os pequenos degraus que davam para o templo.

Na porta, parou para observar a estátua do homem de estatura baixa, como se achatado pela gravidade. Eram pequenos e distintos detalhes que lhe chamavam atenção na arte dos antigos povos.

Distraído, o estranho não viu o homem se aproximar, saindo da entrada do templo.

- Ah! Venha comigo, Walter Williams. - o atarracado homem com um estranho capacete dourado chamou-o para a construção animadamente.


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Wild Hunt [Semana 09]

Autor: Marlon Kalango
Capítulo 9: Hoelbrak.

Duas semanas haviam se passado desde que partimos da Floresta de Caledon. O conhecido cenário verdejante havia ficado para trás, e agora entravamos em paisagens mais diversificadas. Poderiamos ter chego na cidade de Arawn naquele mesmo dia, atravéz dos portais Asura que nos teleportan de cidade em cidade. Mas ele, assim como eu, compartilha uma paixão natural em explorar o selvagem, e ver lugares de beleza natural (algo que pensei ser pouco comum á necromantes, tão ligados aos assuntos da morte e coisas morbidas). Já haviamos passado pelas belíssimas Colinas Kassex, com seu conhecido lago Viatan e suas vilas de gentis pescadores, navios de temerários piratas e lar dos terríveis krait e dos amáveis Quaggan. Mais adiante, paramos para comprar mantimentos na cidade marco de Lion's Arch. Fiquei fascinado pelas diferentes culturas que se achavam ali, centenas de mercadores, atrações, pessoas vestidas com as roupas mais diferentes, e todas as principais raças de Tyria. Passamos apenas um dia, mas foi maravilhoso a cada momento.

Saímos da cidade e seguimos viajem pela Passagem de Lornar. O clima agora mudava drasticamente, e o verde ao qual estava tão habituado dava lugar ao manto branco da neve, caracteristico das regiões próximas ás Montanhas Shiverpeaks. O vento frio tocava meu rosto me causando estranheza à primeira vez, mas Arawn abriu um largo sorriso. Estavamos na noite do nosso segundo dia ali, ao redor fogueira, e eu pensava, tentando achar sentido na minha Wyld Hunt.

-Você parece preocupado, meu amigo. - Ele disse. Não percebi que talvez tivesse passado mais tempo em silencio do que havia pensado.

-Não se preocupe, Arawn. Estou apenas pensando em assuntos do meu povo, e em nossa viajem. -lhe disse, contenplando as estrelas acima. - Eu não pensei que deixaria a floresta tão cedo. Mas minha jornada ja tomou esse rumo, e estou grato.

-Heh - ele sorriu. - Eu sabia que os espíritos o tinham colocado em meu caminho por um motivo. Imagino que tudo tem um motivo maior para ser, Etherdry. Eu não tenho uma Wyld Hunt como você, mas meu caminho e meu objetivo é fazer minha própria lenda. E lendas não se fazem sem aqueles que a presenciem. Eu creio que, sendo um wolfborn, o Espírito do Lobo me agraciou com o instinto de matilha. Fico feliz que você seja o primeiro companheiro em minha busca.

-Entendo. -Eu sabia que ele buscava por uma pessoa. Mas ainda não sabia se era hora de perguntar mais sobre isso. Fomos dormir.

Nos levantamos cedo no dia seguinte, e seguimos nosso rumo. Antes do meio dia, eu podia avistar: portões colossais, gravuras magníficas entalhadas na madeira e aço, e figuras quase tão grandes quanto ele acenavam. Senti algo em meu peito se agitar, um sentimento estranho, algo que não sabia dizer o que. Mas estava feliz. Chegamos ao nosso destino.

-Bem vindo, meu amigo. - Arawn disse, abrindo os braços para sua cidade. - Bem vindo ao lar de todos os Norn. Bem vindo à Hoelbrak.


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“SentiMente” [Semana 09]

Autora: Silvia Verlene

Curioso...
Assim fico ao ouvir aquela voz opulenta, nada infantil, mas proveniente de um ser de tal natureza, ao menos aparente. Em sua forma, é uma criança saudável, de pele escurecida como de uma madeira antiga, porém sem nervuras. O rosto um tanto oval, com linhas suaves, porém destacadas pelas luzes variantes que o percorrem em nítido ritmo frequente. Os olhos são inacreditavelmente esbranquiçados, cujo brilho chega a refletir meu reflexo; parece mais um espelho, no que chego até a lembrar de um antigo ditado humano: “Os olhos são o espelho da alma.” No caso deste garoto, isto se aplica de forma espantosamente literal, apesar de inversa, já que não é ele quem se mostra, mas quem ele enxerga.

Permaneço imóvel ao passo que meu jovem anfitrião aproxima-se, avaliando-me com seu olhar vítreo e suas luzes inseparáveis. Tento me mexer, ainda em vão, o que me traz uma sensação de desconforto e, ao mesmo tempo, de intensa curiosidade. Engraçado eu não sentir medo deste menino e até me sentir incitado em deixar-me avaliar para saber como ele reagirá sobre mim. Paro de tentar me mover, procurando manter um conforto dentro de tal paralisia, enquanto a criança acerca-se de meu corpo inerte.

Sem gestos ou mesmo pressa, o garoto iluminado percorre os arredores de meu corpo, sem tocá-lo, apenas olhando-o de forma aparentemente indiferente, sem nem mesmo emanar qualquer som ou ruído em sua observação. A coisa estranha que sinto é apenas um calor mais intenso nas partes por onde ele passa, entretanto não consigo definir se isto vem exatamente dele ou das luzes que o acompanham, agora em um ritmo mais frenético e mutável, transfigurando-se em cores oscilantes cada vez mais rapidamente.

Ao término de sua primeira volta completa, novamente ele me encara como se me desafiando – eu sinto isto muito certo, só não entendo o porquê, mas sei que vem dele -, no que tento me movimentar novamente, mas ainda sem resultado. O garoto sorri de lado, um sorriso satisfeito, começando uma nova volta:

“Percebo que não consegue reagir à leitura realizada pelas Luzes Âmagas, o que é uma pena, pois imaginei que o Matriz Zero demonstraria mais desafios para mim...”

“Quem ele pensa ser falando assim comigo? Outro Escolar achando-se no direito de me tratar como cobaia...” – meu pensamento não consegue se transformar em verbalização, porém o menino gargalha inusitadamente, agora com uma tonalidade verdadeiramente infantil, em seguida falando sem a voz pomposa de antes:

“Escolar? Você me compara a meros curiosos cheios de orgulho e seguidores cegos de uma crença surreal? Agora eu achei graça!”

“Ele leu meu pensamento? Como assim?...”

“Pare de questionar o desconhecido de forma tão crua, Zero, você sim está se parecendo com um Escolar fazendo isto. Quer respostas? Pois bem, você as terá agora...” – E ele se aproxima ainda me encarando, tocando minha cabeça e inserindo as próprias luzes em minha Entrada Implantar...


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Contos do Amante da Morte [Semana 09]

Autora: Mari-Youko-Sama
Capítulo 08 – Ressentimentos passados.

Depois do inverno gélido que parecia durar uma eternidade, a primavera finalmente irrompeu a neblina pálida, as amendoeiras se enchiam de folhas verdes e flores campestres brotavam em qualquer canto em que o sol tocasse; abelhas zuniam por todos os lados e rouxinóis cantarolavam embalando as manhãs. Se não fossem as más notícias vindas do norte, a vida naquela região poderia ter se recuperado.

Marcos seguia com seu lince, ambos com passos ligeiros e leves, o animal sempre atento e curioso. Não demorou muito pelas estradas até que avistou o templo onde Matheus se instalou, uma das poucas construções feitas em pedra e argila da região, parte com uma coberta feita de madeira e palha e outra parte a céu aberto. Um investimento de um dos grandes senhores da região, que diziam ter sido o único a não ter sua casa invadida pela peste no inverno. O que Marcos bem sabia que era simples fofoca, não havia uma casa naquelas terras que não tivesse sido marcada pela doença.

Várias pessoas se amontoavam na entrada do local, algumas ajoelhadas, outras completamente jogadas ao chão entoando mantras e fazendo oferendas. Marcos avistou seu irmão que aconselhava uma senhora provavelmente camponesa. Logo fizeram contato visual, Matheus lançou um olhar questionador e Marcos lhe respondeu com um meneio de cabeça, o mais novo suspirou e sorriu para senhora magra que se levantou e caminhou triste para fora do templo. Matheus fez um aceno com a mão e o maior se aproximou:

– Veio pedir conselhos e bênçãos, meu irmão? – Matheus estendeu a mão para o lince que logo se aproximou e ronronou em resposta ao afago em suas orelhas.

– Sim e não. – o tom era vago, o mais alto tinha um semblante preocupado. – O boato do outro dia sobre Ele

– Não era um boato. – Interrompeu – ele está morto e sua prole também, ou seja, tudo que restou dele somos “nós”, mas… bastardos não têm voz. – o mais jovem cerrou o punho e seu olhar verde era opaco de ressentimento.

– Matheus, escute. – o mais velho repousou a mão sobre o ombro do irmão. – Independente de sermos bastardos ou não, como você mesmo disse, só restou nós dois e temos de cuidar um do outro.

– Meu irmão, caso não tenha percebido, importa sim! – o moreno comentou categoricamente, e retirou a mão do outro de seu ombro. – Se ele tivesse nos reconhecido, agora não estaríamos com uma guerra nas costas! – encarava Marcos diretamente.

– Eu fui chamado. – completou secamente.

– Eu imaginei… – desviou o olhar para o chão. – Não queria que as coisas fossem assim.

– Ninguém quer, mas eu vou voltar, não vou lhe abandonar, Matheus. – o tom de voz foi decidido. – Por isso, me espere e cuide de Lirou enquanto estou fora.

Matheus fez um aceno positivo e logo Marcos seguiu seu caminho de volta a estrada e ao que tinha de enfrentar.

“Os sentimentos humanos são difíceis de medir… o amor, o ódio, mas a cobiça, essa sim é incomensurável”.


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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Semana 8 + Resultado da semana 7 + Última semana da "Atividade Extra" de maio

Semana 8 do MONOBA

A oitava rodada de "novels" já está no ar! Infelizmente, não teremos "Nave Fantasma" nesta semana. Para ler as histórias basta clicar nos links abaixo, nas abas de cada obra ou navegando pelo blog.


Neocene II - nanoships: Capítulo 06: Artifícios

Pepper & Donuts: Capítulo 08 - Donuts 8: Mudança

Filho das Profundezas: Parte VIII - Kanaloa

Requiem: Mandachuva

Wild Hunt: Capítulo 8: O próximo passo.

"SentiMente" [Semana 08]

Contos do Amante da Morte: Capítulo 07 – Trilha sem volta.


As votações já estão abertas e irão até às 23:59 do dia 21 de maio (quarta-feira). Não deixe de participar! Na semana que vem, além do vencedor da semana também teremos o vencedor do mês de maio. E fique de olho, pois a nova rodada de "novels" estará disponível no dia 23 de maio (sexta-feira). Boa leitura e divirta-se!


Resultado da votação da semana 7

Totalizando 22 votos, apresentamos os vencedores da semana:

Em primeiro lugar, com 7 votos, a história "Filho das Profundezas", de Marco Fischer.
Em segundo lugar, com 6 votos, a história "Contos do Amante da Morte", de Mari-Youko-Sama.
Em terceiro lugar, com 5 votos, a história "Requiem", de Natalie Bear.

Seguidos de "Pepper &Donuts", de Adriana Yumi (2 votos); "Nave Fantasma", de Lucas Suwgamm (1 voto) e "Wild Hunt", de Marlon Kalango (1 voto). "Neocene II - nanoships", de Moonlance e "SentiMente", de Silvia Verlene não participaram essa semana, então não receberão pontos.

Parabéns aos vencedores da semana!
Confira mais detalhes da pontuação na aba "Ranking".


Última semana para participar da "Atividade Extra" de maio

Gostaria de ajudar seu escritor favorito a ganhar uns pontos extras? Você ainda tem tempo! Basta fazer uma "homenagem", que pode ser uma ilustração ou uma fanfic, da sua obra favorita com o tema "lembrança". Visite a aba "Atividade Extra" e saiba como participar. Envie sua "homenagem" até às 23:59 do dia 21 de maio (quarta-feira).

Todas as homenagens estão disponíveis na nossa página no facebook: www.facebook.com/mobilenovelbattle. Faça como a leitora Lil, que enviou várias homenagens, sendo a última uma linda fanfic chamada "Como Chegar ao Céu". Confira aqui a "homenagem" que ela fez para a história "Contos do Amante da Morte".

Neocene II – nanoships [Semana 08]

Autor: Moonlance
Capítulo 06: Artifícios

Vicki Kirsken, a biologista, se dirigiu sozinha até o Planetário. Estava escuro e apenas a luz distante das estrelas através das grandes vidraças permitia observar uma forma humanoide que se debruçava sobre uma grande silhueta estática...

– Tess...? É você? – perguntou ela, naquele vasto salão.

– Hein...? Hein.....? – surpreendeu-se a figura (era Tess-Stella!), e depois disse: – Ahhh! É “só” você, Ahah! – disse ela com um longo sorriso estampado no rosto, mas também um certo alívio. – Sabe, eu não sei se eu mostro minha criação pra todo mundo!... Olha! Olha!! – insistia empolgada, fazendo um gesto que acendia uma foco de luz quente sobre a misteriosa construção.

Kirsken primeiro sobressaltou num leve arrepio, mas em seguida ficou bastante admirada! – Uau! Que enorme! e que bonito também! – lançou ela, e levou um pouco de tempo para ela começar a rodear contemplativamente o 'monstro' robótico de aspecto bio-mecânico que sua amiga tinha produzido com tanto ardor, do rascunho à obra final.

– Gostooou...??? – perguntou-lhe Tess-Stella um pouco inqueta, perdendo um pouco seu sorriso por um breve instante.

Mas, antes mesmo que Kirsken pudesse responder, alguém surge na sala dizendo, com uma voz baixinha porém relativamente clara, e delicada, mesmo com um timbre quase de contra-alto:

– Fascinante. – Era a voz da Comandante, a quantificista Rebecca Cosmos. Ela vinha a passos lentos, com as mãos atrás das costas, seu longuíssimo cabelo vermelho e liso se esparramando pelo chão atrás de si; seu olhar era profundo como as estrelas, mas era como o de alguém que vivia dentro de um universo paralelo, as pálpebras sempre lhe caindo naturalmente a mais da metade do caminho (óculos lhe cairíam bem, em termos de harmonia).

– Cosmos! – manifestou Kirsken ao tomar conhecimento da mais nova presença.

– Eu gostei. Muito. – ainda declarou calmamente Rebecca Cosmos, sobre a obra de Tess-Stella, a qual obviamente ficou orgulhosa e encabulada, rodopiando por aí sem saber o que dizer e rindo-se sozinha.

Kirsken ficou contente, mas achou curiosa a reação positiva da Comandante, pois cogitara primeiramente que, por ser biologista, ela teria a priori muito maior afinidade do que as demais colegas para fruir a obra integralmente, isto é, incluindo o fenótipo alienígena desconsertante dos designs biológicos exteriorizados pelo gênio da artista-engenheira. Mas Kirsken entendeu que tinha se enganado: além dela mesma, e da própria Tess-Stella é claro, havia aparentemente mais alguém ali com gosto especial para as formas mais bizarras inspiradas na natureza! Não era tão raro, mas Kirsken ficou se perguntando se Cosmos não iria dizer, antes de algum novo elogio, algo como: “Apesar de um pouco assustadora, a criatura bio-mecânica é...”. Mas na verdade, isso é o que ela mesma (Kirsken) desejava dizer, mas evidentemente que seria desprezível lançar tal observação psicológica para a autora, sua tão estimada amiga, já frustrada pela restrição de ir a Nova, a cidade-asteroide. “Por que a Polly teve que ser tão chata com ela...?” interrogou-se finalmente.

A nano-nave Neocene II derivava, relativamente silenciosa e ainda menos povoada, em torno de seu objetivo crescente.


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Pepper & Donuts [Semana 08]

Autora: Adriana Yumi
Capítulo 08 - Donuts 8: Mudança

O garoto que estava na porta na sala dos professores impressionou Misaki. Era alto, tinha cabelos cinza-prateados e olhos claros. Parecia um príncipe. A garota ficou encantada com a beleza e elegância do rapaz, até que se lembrou que era o garoto mais popular da outra sala, o qual sua amiga Kelly havia comentado uma vez. Akihiko levantou-se e foi em direção ao rapaz.

- Então, Abel. Ela está ocupada resolvendo umas burocracias do colégio. Se for muito urgente, eu a aviso pra vir te atender.
- Ah, era só pra tratar sobre a mudança de sala. Cheguei a conversar com ela ontem, mas eu queria saber se seria mesmo possível já que estamos no meio do semestre...
- Mudança de sala? Por quê? Aconteceu algo pra você querer sair da sala B?
- Ahn....bom, eu não gostaria de ter que comentar com o professor, mas...me sinto um pouco incomodado na sala.
- Ahh, entendi. Por causa das garotas?
- Er...sim.
- Bom, você sabe que mudando de sala não vai ajudar muito a resolver seu problema de popularidade, não é? Mas enfim, quem vai decidir isso é a diretora, não eu.
- Hehe, sei bem disso, professor. Enfim, outra hora eu converso com a diretora. E desculpe interromper a conversa.

Antes de sair da sala, Abel fitou Misaki e lhe deu um sorriso, que deixou a garota constrangida. Era a primeira vez que alguém dava um sorriso são formoso e gentil que Misaki não soube como responder. Akihiko notou a garota corar levemente, enquanto observava o príncipe ir em direção aos corredores, cercado novamente por suas admiradoras.

- Não vá se apaixonar por ele você também, hein? O Abel já tem uma fila imensa de garotas atrás dele.
- Ah! Claro que não, tio! Você acha que eu ligo pra essas coisas?!
- Garotas da sua idade gostam desse tipo de coisa...
- Hunf, mas eu não sou como elas e tô muito bem sem namorado nenhum, já vi o Masaki ter dor de cabeça com a ex-namorada dele ano passado e foi um saco.

Akihiko ri, como se tivesse previsto que a garota iria dizer aquilo. O rapaz volta a sentar-se na cadeira e substitui o ar descontraído pelo semblante sério que demonstrava antes de Abel interromper a conversa.

- Mas voltando ao assunto que ainda não acabei...Misaki, você sabe que me preocupo com você tanto quanto seus pais e seu irmão, não é? Afinal, você morou comigo um bom tempo, então é como se você fosse minha irmã na prática, apesar de sermos tio e sobrinha. Sei que meu irmão...digo, seu pai, é muito rígido com você, então qualquer problema, venha me procurar. Okay?
- Certo, tio...
- E por favor, reconsidere fazer as pazes com a Aiko.
- Vou pensar no caso...

Misaki deixou a sala dos professores com um misto de tristeza e indecisão.


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Nave Fantasma [Semana 08]

Autor: Lucas Suwgamm

- Sem capítulo nesta semana -

Filho das Profundezas [Semana 08]

Autor: Marco Fischer
Parte VIII - Kanaloa

A onda gigante que atingiu a ilha pegou Violka de surpresa, e foi sentida até mesmo pelos nativos no interior. A capitã teve tempo apenas de proteger o rosto enquanto rolava pela areia, indo de encontro a uma palmeira contra a qual se chocou de costas. Passado o impacto, ela se sentou na areia com dificuldade e se viu coberta por algas e pequenos animais marinhos, que corriam assustados de volta para o mar.

Cuspindo a água salgada que engolira, ela começou a se limpar quando viu a coluna de fumaça da máquina submarina dos Arautos do Vapor subir das águas mais escuras onde estava o abismo das cascatas de areia. Levantou-se então para correr, mas suas costelas reclamaram com uma pontada de dor e ela caiu de joelhos. Foi então que avistou o Hummingbird vindo em seu socorro, flutuando nas ondas como um colibri.

O navio de velas púrpuras tinha uma estrutura pequena e delicada como o beija-flor a quem devia seu nome, mas era também incrivelmente rápido. Chuva de Outono o manobrava com habilidade, tirando o máximo de proveito das correntes de ar e aproveitando a leveza do barco para cruzar a grande onda com um movimento gracioso que o manteve ileso e inabalado.

Enquanto a tripulação de Violka se preparava para desembarcar, o garoto-peixe afundava cada vez mais junto com o aparato agora destruído. Quando finalmente conseguiu se libertar da garra de metal já estava bem abaixo da superfície, mas seu corpo estava perfeitamente adaptado para a pressão. Ele não entendia como conseguia alterar seu metabolismo tão rápido, assim como muitas outras coisas sobre si mesmo.

E não era hora para ficar pensando sobre isso. Estava outra vez em terreno hostil, e já sentia presenças ameaçadoras se aproximando. Vinham primeiro como uma vibração ruim que ele conseguia sentir na água, de forma parecida como um peixe sente a aproximação de um predador. Era algo imenso e antigo, que rastejava na escuridão mais abaixo entre as carcaças esquecidas e seres desconhecidos das fossas abissais.

Depois vinham as vozes. Sussurros telepáticos que tentavam enlouquecê-lo, balbuciando numa língua proibida em qualquer lugar tocado pela luz do sol. Um idioma profano e perturbador do qual ele pouco entendia, mas que com frequência repetia uma única palavra, se é que pudesse ser chamada assim.

“Y'ha-nthlei”

Sentindo o perigo cada vez mais perto, o Maleko disparou a nadar para a superfície, mas as sombras ao seu redor já se contorciam em formas terríveis e sinuosas. Ouvindo um barulho alto, ele olhou para baixo e na luz fosforescente distinguiu uma forma humana sendo arrancada de dentro do aparato submarino e puxada para as profundezas por um tentáculo que cintilava com um fraco brilho azul-elétrico.

O rapaz sabia que não havia tempo de fugir. Aquela não era uma besta irracional que poderia ser distraída pela estranha máquina, que só agora ele percebia ser pilotada por um infeliz humano. Era uma criatura perigosa e temida pelos nativos do arquipélago: um servo de Kanaloa, o Deus Polvo.


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Requiem [Semana 08]

Autora: Natalie Bear
Mandachuva

O Peru era um lugar de temperatura amena, bem diferente da terra árida da qual Lawrence provinha. Era a primeira vez que ele estava em um local assim, de ar tão úmido e agradável, mas isso não impedia de precisar usar o revolver colt que sempre trazia consigo preso na parte traseira de seu cinto, sob o casaco surrado e cinzento.

- Você é louco sacando um revolver no meio da cidade? - o homem de chapéu, logo a frente, reclamou, fazendo uma careta descontente e irritada ao ver o cano metálico da arma apontada para si.

- Só quando me ameaçam. - largou a maleta da moça que carregava consigo.

O sujeito ao fundo guardou a faca, nada contente com aquela ameaça, desferindo um olhar devastador sobre o homem que empunhava a pistola.

- Júlio, não vamos continuar com isso… Não sabendo que esse homem porta uma arma. Podiam ter nos avisado. - o homem loiro com o chapéu grunhiu, dando passos na direção do companheiro sem desviar os olhos de Lawrence e sua arma.

- Tsc. Da próxima viremos preparados para enfrentar um homem armado. - pronunciou-se venenosamente  aquele chamado Júlio, de cabelos escuros e pele morena, além de um sotaque incomum, estampando um sorriso psicótico nos lábios enquanto os dois afastavam-se o suficiente para desaparecer na esquina.

Ao perceber que não corria mais risco de ataque dos malfeitores, Lawrence respirou fundo e guardou a arma, incomodado por não passarem de mais homens contratados para seguirem aquela moça problemática. Acreditava que algum desses meliantes fora responsável pelo sumiço de Rebeca, mas era óbvio que o que escondia naquela bolsa, o tal “espelho” que lhe interessavam.

Ele recuperou a maleta que tinha deixado de lado e assoviou, chamando a atenção do cão e lhe deixando em alerta.

- Encontre. - ordenou com um gesto e Xerife voltou ao trabalho que estava fazendo antes.

***

- O senhor não pode me manter presa aqui! - Rebeca reclamou. ainda tentando soltar os pulsos unidos e amarrados nas costas da cadeira de madeira em que estava - É bem desconfortável. - resmungou - Afinal, o que o senhor está fazendo aqui? O que EU estou fazendo aqui, senhor Levine?

- Nós sabemos o que você está portando, senhorita Rebeca, é perigoso para uma moça  indefesa como você andar sozinha pelo Peru para  resgatar o pai. - pigarreou o homem de idade, sentando-se sobre um barril para conversar com ela, coçando a barba ao observa-la mais de perto - Quero lhe ajudar.

- Me sequestrar, prender em uma cadeira, em um porão, me fazendo perder a bagagem onde o item estava, não é exatamente uma forma de ajudar. - ela o fitou de forma séria, desafiadora e, ao mesmo tempo, desconfiada.

- Tem toda a razão, senhorita. Mesmo assim é o modo mais seguro. Seu pai deveria ter pensado melhor nisso antes de se isolar e acabar deste modo, colocando a vida de sua filha em perigo. Vergonhoso. - meneou a cabeça negativamente.


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Wild Hunt [Semana 08]

Autor: Marlon Kalango
Capítulo 8: O próximo passo.

Arawn Phelan, o nome oculto em meu sonho. Era ele quem eu via em meio aquela nevasca? Era por ele a quem eu chamava sem conseguir exprimir minha voz? Eu estava atônito e confuso. Talvez minha jornada ainda estivesse longe de terminar. Arawn era um Norn, e vindo das Montanhas Shiverpeaks, não era surpresa o clima gelado. E essa foi, talvez, minha dica para o que poderia vir a seguir. Passei mais dois dias me recuperando, e apressei minha saída do hospital. O Cervo Branco agora residia no Bosque, sob os cuidados da Mãe Árvore. E foi até ela que fui assim que pude me por firme em pé.

Cheguei ate a parte mais alta de nossa cidade arbórea, e me deixei banhar pela luz morna e acolhedora, tando da Árvore Pálida, quanto do Cervo, que estava a seu lado. Aproximei-me, e o animal veio até mim. Estendi minha mão, e ele inclinou-se para o carinho, sereno e em paz.

-Ah, minha criança! -A Mãe disse, e eu estava prestes a me ajoelhar, com dificuldade, quando ela me parou, tocando-me o rosto. - Não, não há necessidade disto. Você ainda sofre por seu ferimento, e eu quero o bem de meus filhos. Foi um grande feito ter salvo o Cervo, Etherdry. Toda a floresta de Caledon está em débito com você, e eu não poderia estar mais orgulhosa.

-Apenas cumpri minha jornada, Abençoada Mãe. E – suspirei fundo -  minha wild hunt parece estar longe de terminar.

-Duvida permeia seu semblante, jovem. Isto tem haver com o Norn, eu assumo.

-Sim. Ao encontrá-lo, eu lembrei de fragmentos obscuros do meu Sonho. E, sinto que meu próximo passo é seguir com ele em jornada, até as gélidas montanhas ao leste. O que pode significar isto, Mãe? O quão longe seus galhos alcançam o Sonho?

-Filho, eu não controlo o Sonho. Sou tão somente sua guardiã, neste e naquele mundo. O que ele significa, apenas você pode desvesdar. Mas saiba isto, para seu próximo passo, deve-se fazer pressa. O Necromante parte de nossas terras hoje ao final da tarde.

-Entendo. Então, partirei com ele. Devo me preparar agora. -Fiz uma reverencia, e ela beijou minha testa. Senti-me invadido por um sentimento de amor, segurança, e subitamente, toda minha dor desapareceu.

-Tens minha benção, meu valente filho. Que os bons ventos o levem em segurança, e o tragam de volta para nós.

Despedi-me dela e do Cervo, e segui meu caminho. Peguei suprimentos, uma roupa de pele de animais (para o frio) e me dirigi aos limites da cidade. A tarde ia chegando ao fim, e não demorou muito até aquela figura gigantesca passar por mim.

-Oh, que grata visão os espíritos me concedem. Veio se despedir de mim, amigo?

-Mais que isso, Arawn – o olhei com um sorriso. - Vou seguir com você, se me permitir.

-Oh! -Ele deu um sorriso, e passou adiante.- Os espíritos são bons comigo. Adiante, então. Temos um longo caminho pela frente.


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“SentiMente” [Semana 08]

Autora: Silvia Verlene

Repentino...
Este foi o modo como fui retirado da prisão de meu algoz, abordado por braços e garras metálicas flutuantes, tocando-me em todos os pontos de meu corpo, injetando-me diretamente algo quente e posteriormente gélido, queimando minhas entranhas e não me dando nem mesmo tempo de sentir as perfurações. Apenas lembro de gritar e me mover freneticamente, numa tentativa vã de me soltar daquelas coisas. Que agonia!

Em meio a isto, apenas consigo vislumbrar um pouco – quase nada, na verdade- do local atual: enormes salões de metal cristalino, com poucas superfícies disformes; ciborgans inacreditavelmente mais carne do que metal, ao menos aparentemente; imagens flutuantes de vários lugares, como se fossem olhos planos do mundo lá fora, seja lá qual for ou aonde estejamos...

Mal me situo e já não sinto mais meu corpo, apenas entendo estar suspenso por finos feixes de luzes ortocromáticas, envolvendo minha pele, iluminando minhas veias e todo o meu planejamento natural. Sinto-me uma cobaia novamente, uma viva que consegue ver o que se passa consigo, conhecendo, literalmente, seu próprio interior.

Não há sensação, apenas sei que enxergo e respiro, o que indica que o ar aqui é propício à minha natureza. Cobaia de novo, apesar de, dessa vez, estar sendo interessante... Só não sei por quanto tempo!

Em meio a essa nova percepção, é muito interessante observar-me por dentro de maneira literal, vendo cada veia, artéria, nervo, músculo, osso, órgão... Chega a ser belo ver quanto de humano eu tenho e isso me deixa bastante orgulhoso, com uma crescente e contínua certeza de que não sou um deles... Aind... Ah! Espanto esse pessimismo para não estragar o momento. Devo aproveitar aquilo que sou, percebendo-me mais e mais, mesmo que nessa situação de cobaia!

Os feixes diminuem sua frequência de movimentos, mantendo-se, alguns, em partes variadas de meu corpo, enquanto outros deslizam para minha cabeça nua de cabelos e desprotegida da gaze epitelial retirada por nosso capturador. Destes, uma minoria se instaura no ponto em que há a entrada para os implantes... Fico apreensivo, porém não sinto nada. Logo em seguida, as demais posicionam-se à frente de meus olhos, como que se também me observassem, encarando-me... Estranho pensar assim, essas coisas são apenas luzes... Ou será que não?

Fico um tanto desconfiado e desvio o olhar para a esquerda no que mal o faço, já as sinto adentrando meus globos oculares, cegando-me. No mesmo instante, meu corpo até então inativo, estremece, mexendo-se involuntariamente, à medida que começo a fazer gestos e movimentos inicialmente abruptos como o de uma marionete, os quais se estabilizam em seguida. Minha visão começa a retornar, enquanto, gradativamente, sinto meu corpo posicionar-se de pé no chão morno. Após muito piscar, vou delineando uma imagem local em meio ao embaçado, algo ainda disforme, mas que ganha estabilidade com alguns segundos. Assusto-me ao ver um ser desnudo, com luzes variadas percorrendo seu corpo de criança e uma voz que fala:

“Bem-vindo, Matriz Zero!”


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Contos do Amante da Morte [Semana 08]

Autora: Mari-Youko-Sama
Capítulo 07 – Trilha sem volta.

O frio perde força à medida que a primavera se antecipa, as figueiras deixam as finas camadas brancas se esvaírem por seus galhos à medida que novos brotos começam a se formar. A neblina matinal que recobre as colinas de plantio segue lentamente como uma procissão dos mortos do inverno e poucas pessoas vivas caminham de volta ao seu trabalho nas lavouras.

Marcos agora seguia por entre as trilhas abertas na mata por ele mesmo em dias passados, aos seus pés, o lince Lirou se entretinha com algum inseto que saia de sua hibernação. Marcos abriu um singelo sorriso ao ver o animal não mais tão pequeno saltando e correndo. Subitamente o lince parou, erguendo as orelhas em sinal de atenção, os pelos de seu corpo ouriçaram em um grunhido hostil. Marcos focou sua atenção e logo pôde ouvir passos pesados se aproximando, um pequeno grupo de três ou cinco pessoas provavelmente.

Ele se esgueirou da trilha para a floresta, escondendo-se entre raízes recobertas de musgo e arbustos de amoras que se recuperavam do inverno. Lirou o seguiu e manteve apenas as orelhas de pelo escuro erguidas. Não demorou muito para que três homens adultos, vestidos em cotas de malha e portando espadas na cintura, seguissem pela trilha. Dois deles tinham a pele clara e cabelos escuros, o que significava que eram da região, no entanto, o terceiro tinha o cabelo castanho avermelhado, o que indicava que vinha do extremo norte do continente Rubro.

Marcos não era um ladrão, mas em seu íntimo sabia que precisava se esconder e quando fitou o rosto duro e escuro daquele ruivo, sabia que tinha feito certo em seguir seus instintos:

– Será um grande problema, senhor. – o mais baixo, que caminhava um passo atrás de todos, reclamou. – Não sobraram muitos homens úteis nesses vilarejos.

– Soube do templo que 2/3 das pessoas da região morreram por causa da peste – um dos homens, que não tinha um olho, completou.

– Não é a toa que o Infante deste cerco regional pediu auxílio ao nosso senhor – retrucou o mais baixo – se não tivermos homens para recrutar desse cerco, o esforço não terá valido a pena.

O ruivo parou e por longos minutos observou em volta, Marcos sentia todo o sangue gelar, embora seu coração pudesse ser sentido na garganta. Os outros dois homens repetiram o gesto de seu líder em observar, mas nada avistaram, até que o homem caolho finalmente se pronunciou:

– Então, o que faremos, senhor Solomon? – Dirigiu-se ao ruivo.

– Temos uma ordem. – a voz era rouca e dura, como a face do sujeito. – Todos os homens com idade serão recrutados, isso não é uma escolha, os que não forem são apenas desertores, o sangue dos Regentes mostrou-se fraco perante a peste, então o que nos resta é a guerra.

O ruivo Solomon voltou a caminhar pela trilha, seguido de perto pelos outros dois homens em direção ao vilarejo.

“A guerra… glorioso derramamento de sangue, onde nenhum dos lados está certo e nenhum dos lados vence!”


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sexta-feira, 9 de maio de 2014

Semana 7 + Resultado da semana 6 + Atividade Extra

Semana 7 do MONOBA

A nova rodada de "novels" acabou de ler lançada! Esta semana, infelizmente, não teremos "Neocene II - nanoships" e "SentiMente". Acompanhe essa incrível batalha clicando nos links a seguir, nas abas de cada história ou navegando pelo blog.


Pepper & Donuts: Capítulo 07 - Donuts 7: Segunda chance

Nave Fantasma: Carlos.

Filho das Profundezas: Parte VII - Fumaça.

Requiem: Só o Bom Morre Jovem

Wild Hunt: Capítulo 7: Necromante.

Contos do Amante da Morte: Capítulo 06 – Labaredas de Inverno.


Boa leitura e divirta-se! Lembrando que as votações já estão abertas e irão até às 23:59 do dia 14 de maio (quarta-feira). Participe! Seu voto pode decidir o destino dessa batalha. E não perca a próxima rodada de "novels" no dia 16 de maio (sexta-feira).


Resultado da votação da semana 6

Com 15 votos e um empate triplo, o MONOBA apresenta os ganhadores dessa semana:

Em primeiro lugar, com 4 votos, a história "Filho das Profundezas", de Marco Fischer.
Em segundo lugar, com 4 votos, a história "Requiem", de Natalie Bear.
Em terceiro lugar, com 4 votos, a história "Contos do Amante da Morte", de Mari-Youko-Sama.

OBS: A ordem dos vencedores foi decidida através de votação interna.

Seguidos de "Nave Fantasma", de Lucas Suwgamm (2 votos); "Neocene II - nanoships", de Moonlance (1 voto); "Pepper &Donuts", de Adriana Yumi (sem voto); "Wild Hunt", de Marlon Kalango (sem voto) e "SentiMente", de Silvia Verlene (sem voto).

Parabéns aos vencedores da semana!
Para maiores detalhes da pontuação, visite a aba "Ranking".


Atividade Extra do mês de maio

Que tal dar uma mãozinha extra para o seu escritor favorito? Basta fazer uma ilustração ou uma fanfic para da sua obra favorita. Visite a aba "Atividade Extra" e veja como participar! Lembrando que o tema deste mês é "lembrança". A "Atividade Extra" de maio vai até às 23:59 do dia 21 de maio (quarta-feira).

Você pode conferir todas as homenagens na nossa página do Facebook: www.facebook.com/mobilenovelbattle. Não esqueça de nos curtir para acompanhar todas as novidades!

Neocene II – nanoships [Semana 07]

Autor: Moonlance

- Sem capítulo nesta semana -

Pepper & Donuts [Semana 07]

Autora: Adriana Yumi
Capítulo 07 - Donuts 7: Segunda chance

Misaki encontrou-se com Akihito, na sala dos professores, depois que as aulas no primeiro período da manhã terminaram. O professor ofereceu um misto quente para Misaki antes de iniciar a conversa com a garota.

- Miki, pegue isso. Fiquei sabendo do aluno novo, o Nathan, que você estava com fome essa manhã.
- Ah, não precisava, tio...

Os pensamentos interiores de Misaki queriam a todo custo esganar Nathan e sua língua afiada. Antes que pudesse pensar em mais maneiras de se vingar do garoto, o tio sentou-se numa das poltronas e iniciou a conversa, com um ar bastante sério.

- Fiquei sabendo que a Aiko vai morar na sua casa.
- Sim...minha mãe contou pra mim ontem à noite.
- Também fiquei sabendo da sua mãe que você não recebeu muito bem a notícia. Misaki, você ainda está com rancor da sua prima?
- N-não é bem rancor, eu só não posso mais confiar numa pessoa que quebrou uma promessa comigo.
- Sabe, as pessoas estão sempre errando. Por mais que a gente tente, nunca vamos ser perfeitos, e aprender a perdoar o erro de uma pessoa é o primeiro passo. Claro que tem coisas que não tem como dar uma segunda chance, mas você não concorda comigo que não foi culpa da Aiko?

Misaki permaneceu quieta e com a cabeça baixa, sem ao menos tocar no misto quente.

- Os pais dela precisavam ir pro Japão, estavam sem condições financeiras de criar a filha aqui. Talvez na época fosse complicado de entender porque crianças costumam levar muito a sério qualquer tipo de promessa que fazem a elas, mas agora que se passou todo esse tempo...não acha que é tempo demais pra ficar segurando tanto rancor?
- N-não sei, tio...
- A partir da semana que vem, sua prima vai começar a frequentar essa escola também.
- Sim...o Masaki comentou algo hoje de manhã.
- E...

Akihiko pausou a conversa nesse momento, ao se lembrar de algo desagradável para perguntar à Misaki. Nesse momento, o rapaz baixou os olhos e fitou o chão, pressentindo a resposta que a garota iria dar.

- ...e seu pai...ele já falou com você sobre isso?
- Ainda não...é regra lá de casa, se eu faço algo de errado meu pai espera um dia pra me dar sermão. Então hoje à noite terei que ouvir poucas e boas dele, mas tudo bem...já estou acostumada com isso.
- Misaki...

A conversa foi interrompida por um aluno que estava em frente à porta dos professores, e que pareceu ter ouvido boa parte da conversa.

- Olá, Abel! Algum problema?
- Professor Akihiko, precisava falar com a diretora. Ela está?


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Nave Fantasma [Semana 07]

Autor: Lucas Suwgamm
Carlos.

Uma gota fria escorria pelo rosto juvenil de Foster, seus olhos castanhos demostravam pavor, enquanto os mantinha fixado naquela figura de meia idade parado na sua frente o encarando, não conseguia pensar em uma saída, muito menos em algum plano mirabolante, sentia como um rato acoado por seu predador. Só conseguiu olhar calado para os seus companheiros. Não era preciso dizer nada só sua expressão já tinha o significado da derrota.

— Quem é você? — indagou o capitão de cabelos curtos e dourados, quando voltou o seu olhar para o sujeito que o derrotou.

— Quem eu sou? Hummm...— Olhou para o teto enquanto coçava o seu rosto levemente envelhecido – Eu sou uma sombra somente – deu uma piscadela para Foster.

O capitão da União fez uma expressão desgostosa pela resposta recebida – não foi isso que perguntei, mas sim um nome. — conhecia a há pouco tempo esse novo ser, mas já estava começando a odiar ele.

— Qual a importância em saber o meu nome? —  se posicionou de frente para Foster — O que é um nome? — jogou as mãos para trás do corpo, agarrando a palma da mão direita com a esquerda, deixando os braços sobre as costas enquanto andava -  E só mais um dos inúmeros rótulos sem importância que você recebe durante a sua vida.

O jovem conquistado tentava manter a calma e uma postura firme, realmente odiava pessoas com esse tipo de personalidade e não queria deixar aquele homem barbudo na sua frente tirar proveito disso – E qual seira o seu “rotulo”? Só por curiosidade -  olhou friamente para o homem a sua frente.

O mesmo só deu um leve sorriso perante aquele olhar penetrante – Sou conhecido por diversos nomes e apelidos, tais quais “o ceifador da revolução”, “o Homem sem alma” e entre outros que a União e o seu povo iludido me deram.

– Carlos...– Foster ficou branco por um momento. –  o Homem sem rosto...

– Sou conhecido por esse nome também – posou a mão no ombro do soldado da União – Não precisa ficar tão assutado assim capitão Jhon Foster – piscou novamente para o capitão.

– Como você sabe quem sou eu? – rapidamente afastou a mão de Carlos do seu ombro.

— Eu sei tudo sobre você e eles – apontou com a cabeça para o restante do grupo – seus perfis psicológicos, suas qualidades físicas, seus vícios... e sua busca –  notou as feições serias do homem a sua frente – Você veio por algo de grande valor, assim como eu. — deus as costas para o capitão e andou na direção de Milene.

— Por que as informações dessa nave são importante para os renegados? — Perguntou o sujeito de cabelos de cor de ouro.

— Pelo simples fato delas conter a verdade.- disse o homem de cabelos grisalhos, sem parar o seu caminhar.

Neste mesmo memento o sensor de Foster e seu grupo começou a acusar novas presenças se aproximando,  e alguns instantes depois o sensor de Carlos e seus homens começaram a se comportar da mesma maneira. Algo se aproximava e ninguém sabia o que era.


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Filho das Profundezas [Semana 07]

Autor: Marco Fischer
Parte VII - Fumaça.

Na pequena mata tropical, o Capitão Faulkner seguia até seu navio, protegido pelos marinheiros que recuavam cautelosamente com os rifles mecânicos engatilhados. Com o Maleko fora da ilha não havia mais o que fazer ali, e uma luta com os nativos seria além de uma perda de tempo desnecessária um motivo para retaliação por outras tribos. Era preciso assegurar que o espécime havia sido capturado pelo seu aparato de exploração submersa em baixa profundidade, como gostava de chamá-lo.

Perto dali, no lago salgado, o mergulhador Mervyn emergia desajeitado e apressadamente removia seu escafandro cheio de água. Olhando em volta, ele não via mais sinal da tripulação, apenas chefe Oke e seus guerreiros o cercando com uma expressão nem um pouco amistosa.

Ainda apoiado nas costas do tubarão-baleia, o Kahuna deslizava na direção da máquina grotesca, que se afastava indiferente ao sábio das ondas em seu animal sagrado. Aquele invasor de metal estava assustando os animais marinhos que iriam alimentar seu povo na estação de pesca. Em uma súbita arremetida, o tubarão se chocou contra o monstro mecânico, que sequer se moveu. Recuando com agilidade, o grande peixe desviou da garra que tentou golpeá-lo e tomou distância outra vez, mas não se preparou para investir novamente.

Se agarrando nos flancos do animal com as pernas, o Kahuna fechou os olhos e balançou seu bastão fazendo círculos na água. Os padrões tribais sobre o dorso do tubarão brilharam com uma luz tremulante que lembrava a do sol sobre o solo marinho. Desenhos similares entalhados no cajado do velho emitiam o mesmo brilho, e quando ele fez um último movimento dando uma estocada na direção do imenso aparato, uma força poderosa como um pequeno tsunami explodiu em um círculo ao seu redor.

O monstro de metal tentou em vão se manter no lugar, cravando uma de suas garras na areia, mas acabou sendo arrastado até o grande abismo azul próximo, despencando nas profundezas com o Maleko enquanto seu motor feito para ficar acima da água pifava e deixava um rastro de fumaça e bolhas.

Ali perto, a brisa marinha balançava calmamente as velas púrpuras do Hummingbird, fazendo com que elas roçassem as folhas das longas palmeiras inclinadas sobre o mar onde a embarcação estava ancorada. Chuva de Outono, a navegadora, se sentou sobre a amurada do castelo de proa deixando que o vento sacudisse seus cabelos alaranjados cortados na altura do ombro. Ela era uma remanescente do escasso povo élfico de uma região agora tomada pelo Império Windlês, algo denunciado pelas suas orelhas pontudas e pelo corpo esguio de fada, recoberto de tatuagens marítimas.

Repentinamente, algo quebrou a tranquilidade da navegadora ruiva, que sacou da cintura uma delicada luneta de madeira e cristal e a apontou na direção do que havia visto. Ela agora podia discernir claramente a coluna de fumaça que subia de algum ponto no litoral. Correndo até o timão, Chuva de Outono gritou uma ordem para a tripulação e se preparou para levantar âncora.

Sua capitã estava precisando de ajuda.


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Requiem [Semana 07]

Autora: Natalie Bear
Só o Bom Morre Jovem

- E...Espere! Como o senhor sabe meu nome? - Rebeca observou o sujeito à sua frente de uns cinquenta anos, com tufos de cabelo grisalhos nas laterais da cabeça, barba meio longa e de mesma cor, com um nariz chamativo em forma de gancho e olhos cor de chá - Senhor Levine? - a moça espantou-se ao reconhece-lo, ficando perplexa com a figura que não via há uma década - Senhor Levine! - tentou usar os braços para se levantar, acabando por lembrar-se de que estava presa quando não conseguiu move-los.

- Boa tarde, senhorita Williams. A última vez que nos vimos você batia na minha cintura. - gesticulava com as mãos de forma jovial.

- Acho que eu tinha dez anos! - exclamou, sem ainda deixar a surpresa de lado - Meu pai está aqui? Onde ele está? - esticou o pescoço e procurou cheia de expectativas por todo aquele porão que cheirava a mofo, podendo ver pelo menos mais umas cinco pessoas ao fundo, mas nenhuma delas se parecendo com quem procurava.

- Ele não está aqui, acho que levaram-no em algum lugar perto do lago Titicaca. - meneou a cabeça negativamente, ajeitando o terno marrom sobre os ombros franzinos.

- Oh não… - suspirou, perdendo o brilho de esperança nos olhos, mas também retornando à realidade - Afinal, por que estou presa? - novamente tentou separar os braços, sentindo as amarras roçarem na pele de seus pulsos.

- Foi uma medida um tanto exagerada de meus subordinados lhe prender as mãos e cobrir seu rosto.

- Também perdi minha bagagem no caminho por causa desta abordagem violenta de seus subordinados! - reclamou, retesando as sobrancelhas em um olhar recriminador.

- É verdade… Sinto muito por isso.

***

Lawrence continuava seguindo a trilha pela qual Xerife lhe conduzia, enquanto procurava  por mais indícios de que a moça que procurava tinha passado por aquela ruela estreita e vazia, quase um beco entre dois grandes prédios de pedra.

- Espero que você não esteja rastreando comida. - arquejou enquanto seguia o amigo peludo, que não descolava o focinho do chão.

Enquanto atravessavam a rua avistaram dois homens que vinham em sentido contrário e pararam à frente do cachorro, obstruindo seu caminho.

- Passe-me as bagagens e sairá ileso. - manifestou-se o sujeito de chapéu, que segurava um cano metálico. Para a surpresa de Lawrence ele não era peruano, tampouco suas palavras.

- Por quê? - voltou os olhos para o cãozinho, que ao perceber o dono parado retornara ao seu lado e se sentara, esperando a próxima ordem e ignorando os estranhos.

- Solte-as e se afaste. - a sujeito de chapéu deu alguns passos na direção deles, enquanto dava leves batidas na mão com o cano. O estranho que não se manifestara e tinha um lenço azul cobrindo o pescoço, tirou do bolso da calça amarelada um canivete.

Lawrence suspirou, sacando velozmente uma pistola debaixo do casaco cinzento antes que os indivíduos pudessem reagir.

- Dêem-me um bom motivo.


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Wild Hunt [Semana 07]

Autor: Marlon Kalango
Capítulo 7: Necromante.

Eu estava no meio de uma nevasca. Ventos fortes do ar gelado me empurravam pelo caminho, e eu tropeçava constantemente. Ao longe, alguém gritava meu nome. Eu apenas podia ver sua silhueta, ao longe, mas não conseguia ver seu rosto, obscurecido pela densa neve que caia. Tentava gritar de volta, mas nada saía. Sentia frio, e tudo começava a escurecer...

-Oh, ele está acordando! -ouvi uma voz falar. Abri lentamente os olhos, e a luminosidade machucou meus olhos. Pisquei algumas vezes até consegui focar a visão – Olá, Etherdry. Como se sente?

-Eu me sinto...-Tentei sentar e parei imediatamente, com dores fortes, tocando as costelas. Lembrei de tudo que havia acontecido. - O Cervo?

-Ele está bem, está a salvo aqui no Bosque. Bem, você acordou, o que é ótimo após uma semana desacordado.

-Uma semana!? - Era bastante tempo.O que teria acontecido em todo este tempo, e como eu estava vivo?- Como eu cheguei de volta ao Bosque?

-Oh, isso. Bem... - O sylvari que cuidava de mim apontou para o canto do quarto. Vi uma criatura pequena, sua cabeça era um cranio e o corpo parecia algo como um grande rato, mas em carne viva...- Ele deixou esse servo ai pra saber quando você acordasse.

O ser levantou a cabeça e me encarou, e eu acenei. Ela deu um pequeno grito e explodiu numa massa de sangue e viceras. Uma das coisas mais estranhas que eu vi em toda minha curta vida.

-Ugh...e agora eu vou ter que limpar isso. Nercomantes e seus truques com a morte, tão nojento. -O sylvari disse, se retirando do quarto. - Eu volto já.

Minutos depois, um homem alto entrou no quarto. Muito alto. Ele teve que se abaixar um pouco para poder entrar. Encarou o batente da porta com uma careta, e então, sentou-se numa cadeira próxima, sorrindo para mim. Havia uma listra azul passando pela area dos seus olhos, e outras marcas escuras menores. Seus olhos eram estranhamente brancos, mas ele parecia me ver perfeitamente.

-Então você acordou. Bom saber que está bem. Eu não estaria em paz com meu espírito até saber qual teria sido o destino que os espíritos selvagens haviam lhe reservado.

-Você é um Norn. Está bem longe de casa. - Respondi. Ele tinha facilmente mais de dois metros e meio de altura, e era gigantesco. E era isso que o diferenciava de um humano. Norn é a raça dos guerreiros das terras geladas das montanhas Shiverpeaks. - E...acho que lhe devo minha vida. Sou eternamente grato. Sou Etherdry.

-Prazer em conhecê-lo, Etherdry. Me chamo Arawn. Arawn Phelan.

E naquele momento, algo dentro de mim despertou. Aquele nome, eu conhecia, mesmo nunca o tendo visto. Aquilo me atingiu como um soco. Ele era o dono da voz em meu sonho. Ele era a parte oculta da minha Wild Hunt.


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