sexta-feira, 6 de junho de 2014

Requiem [Semana 11]

Autora: Natalie Bear
O Descrente

Com a ruidosa baderna vinda da entrada do porão, o clima tornava-se mais carregado e agitado.

- Senhor Louie, deixe-o entrar antes que destrua tudo aqui. - Levine sugeriu ao sujeito de rosto gorducho.

- Ah… Sim senhor. - ele apressou-se, voltando de onde viera.

- Os dias andam agitados por aqui. - o homem de meia idade confessou para a jovem com um sorrisinho enfadonho.

-  Por favor, senhor Levine - Rebeca continuou, ignorando o barulho e gritaria - Passe-me todas as informações sobre o que aconteceu ao meu pai. Estou desesperada. Tenho que resgatá-lo à tempo! - seus suplicantes olhos de avelã enchiam-se de lágrimas - Ele precisa de mim… E eu preciso do artefato… - murmurou e baixou o olhar, ainda mais desanimada.

- A última vez que o vi ainda estávamos em Vilcabamba. - o sujeito alisou a barba lentamente, aparentando um pouco de nervosismo com o alarde que começava a se cessar - Acredito que nativos tenham o levado para algum lugar mais ao sul, para perto de Titicaca, como disse mais cedo.

Antes que a garota pudesse responder, os dois ouviram latidos reverberando pelas paredes do local.

- Xerife? - Rebeca balbuciou abismada, virando-se na direção do latido.

Poucos segundos depois a animal apareceu correndo na direção dela, sentou-se em sua frente e abanou a cauda com entusiasmo.

- Olá Xerife! - a moça esboçou um sorriso e agachou-se para acariciar sua cabeça, contente de ve-lo novamente.

O cão lambeu o rosto dela em resposta aos afagos.

- Você é o patrão destes desordeiros? - Lawrence, que estava de mãos vazias, aproximou-se deles e dirigiu-se à Levine, seguido de mais cinco homens que vinham em sua cola. Um deles era Louie e outro o homem que usava um chapéu e tinha o abordado na rua mais cedo.

- Sim. - Levine respondeu de forma imponente.

- Comande-os para nos deixar em paz em nossa viagem. - decretou resoluto.

- O senhor veio até aqui por mim? - a senhorita Williams arregalou os olhos em surpresa,  esperançosa e foi respondida por um movimento de cabeça dele.

- Sinto muito por te-los atrapalhado, mas irei recompensa-los pelo transtorno que causei. Me juntarei à vocês na viagem até Cuzco e providenciarei o que necessitarem.

- Oh! Muito obrigada, senhor Levine! - Rebeca agradeceu entusiasmada.

- Não. - Lawrence respondeu, logo depois dela, rispidamente.

- Por que não? - ela exclamou incrédula.

- Não precisamos. - segurou a moça pelo pulso e a arrastou para fora, enquanto Rebeca resmungava reclamando e Xerife os acompanhava.

Senhor Levine estranhou como seus subordinados observavam os dois se retirarem com olhares arregalados, até que o sujeito com chapéu aproximou-se e informou que Lawrence estava armado.

- Senhor Levine ia ajudar! - Rebeca bradou indignada, quando o trio estava fora da fábrica.

- Um homem que lhe sequestra não pode estar querendo ajudar.- resmungou irritado, puxando-a apressadamente para longe. Um minuto bastou para que Lawrence colocasse senhor Levine na lista de não-confiáveis.


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