Autora: Natalie Bear
O Descrente
Com a ruidosa baderna vinda da entrada do porão, o clima tornava-se mais carregado e agitado.
- Senhor Louie, deixe-o entrar antes que destrua tudo aqui. - Levine sugeriu ao sujeito de rosto gorducho.
- Ah… Sim senhor. - ele apressou-se, voltando de onde viera.
- Os dias andam agitados por aqui. - o homem de meia idade confessou para a jovem com um sorrisinho enfadonho.
- Por favor, senhor Levine - Rebeca continuou, ignorando o barulho e gritaria - Passe-me todas as informações sobre o que aconteceu ao meu pai. Estou desesperada. Tenho que resgatá-lo à tempo! - seus suplicantes olhos de avelã enchiam-se de lágrimas - Ele precisa de mim… E eu preciso do artefato… - murmurou e baixou o olhar, ainda mais desanimada.
- A última vez que o vi ainda estávamos em Vilcabamba. - o sujeito alisou a barba lentamente, aparentando um pouco de nervosismo com o alarde que começava a se cessar - Acredito que nativos tenham o levado para algum lugar mais ao sul, para perto de Titicaca, como disse mais cedo.
Antes que a garota pudesse responder, os dois ouviram latidos reverberando pelas paredes do local.
- Xerife? - Rebeca balbuciou abismada, virando-se na direção do latido.
Poucos segundos depois a animal apareceu correndo na direção dela, sentou-se em sua frente e abanou a cauda com entusiasmo.
- Olá Xerife! - a moça esboçou um sorriso e agachou-se para acariciar sua cabeça, contente de ve-lo novamente.
O cão lambeu o rosto dela em resposta aos afagos.
- Você é o patrão destes desordeiros? - Lawrence, que estava de mãos vazias, aproximou-se deles e dirigiu-se à Levine, seguido de mais cinco homens que vinham em sua cola. Um deles era Louie e outro o homem que usava um chapéu e tinha o abordado na rua mais cedo.
- Sim. - Levine respondeu de forma imponente.
- Comande-os para nos deixar em paz em nossa viagem. - decretou resoluto.
- O senhor veio até aqui por mim? - a senhorita Williams arregalou os olhos em surpresa, esperançosa e foi respondida por um movimento de cabeça dele.
- Sinto muito por te-los atrapalhado, mas irei recompensa-los pelo transtorno que causei. Me juntarei à vocês na viagem até Cuzco e providenciarei o que necessitarem.
- Oh! Muito obrigada, senhor Levine! - Rebeca agradeceu entusiasmada.
- Não. - Lawrence respondeu, logo depois dela, rispidamente.
- Por que não? - ela exclamou incrédula.
- Não precisamos. - segurou a moça pelo pulso e a arrastou para fora, enquanto Rebeca resmungava reclamando e Xerife os acompanhava.
Senhor Levine estranhou como seus subordinados observavam os dois se retirarem com olhares arregalados, até que o sujeito com chapéu aproximou-se e informou que Lawrence estava armado.
- Senhor Levine ia ajudar! - Rebeca bradou indignada, quando o trio estava fora da fábrica.
- Um homem que lhe sequestra não pode estar querendo ajudar.- resmungou irritado, puxando-a apressadamente para longe. Um minuto bastou para que Lawrence colocasse senhor Levine na lista de não-confiáveis.
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O:
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