sexta-feira, 2 de maio de 2014

Neocene II – nanoships [Semana 06]

Autor: Moonlance
Capítulo 05: Dentro de um sistema

Dentro da cápsula de transporte da Neocene II, a Almirante Polly Kennathon e 3 outras tripulantes dirigiam-se a 'Nova', a cidade-asteroide. Polly era acompanhada da segunda pessoa no comando da falsa hierarquia: a Commodore, Lucy Alghieri (a estruturalista indicada por Kirsken ainda em Platkus, e que era uma boa diplomata), bem como a Admin Sasha Kacey (já sabida especialista em sistemas computacionais e em sorvência de grafteína) e, inesperadamente, a Adjunto Miho (isto é, a própria avatar da nano-nave).

Não era ideal a avatar (Miho) deixar a Neocene II, mas as circunstâncias derivaram nisso: tinha-se aprendido que Jessika Nova, responsável de operações da cidade-asteroide, já havia resgatado a espaço-nave perdida no perigoso setor; e que aquele objeto estava agora sendo mantido em segurança dentro do próprio e imenso hangar da cidade-asteroide.

Depois da aterrissagem no gigantesco hangar, Polly Kennathon é recebida e cumprimenta sua ex-colega intra-galáctica (não se viam há décadas): Jessika Nova, que era uma moça de rosto e hábitos serenos, e de longa cabeleira branca acetinada e espetada. Jessika falava pouco, mas parecia tão generosa quanto incisiva; ela e Polly tinham boas recordações do passado que conviveram juntas. Jessika Nova leva a comitiva da Neocene II até uma instalação provisória construída no próprio hangar, onde poderiam sentar-se e discutir sobre aquela grande e misteriosa descoberta de tecnologia perdida e recuperada estacionada não muitas centenas de metros dali. Evidentemente, o hangar da cidade-asteoride andava bastante tumultuado havia semanas desde o início daquela grande missão, e inúmeras instalações haviam sido estabelecidas naquele local; circulavam pelo hangar indivíduos e grupos especializados de vários sistemas estelares aliados da Confederação Galáctica, inclusive seres de outros táxons que não os Pxychomotakkae cziplaton: havia por exemplo um táxon de humanoides azuis, esguios e de grande poder intuitivo e psíquico; havia também diversos membros Pakats, o qual era um estimável táxon de grandes bípedes-feras relativamente pacíficos e comunitariamente colaborativos, e que possuíam um código genético natural extremamente resiliente a praticamente tudo e qualquer coisa; eventualmente, até mesmo alguns Trobotz poderiam ser encontrados por lá. Enfim, o hangar da cidade-asteroide Nova gozava de grande movimentação naquele período.

Na reunião com os 4 representantes da Neocene II, Jessika Nova declarou:

– Temos a carapaça da espaço-nave estabilizada e selada. Resolvemos não abri-la sem a ajuda de especialistas como vocês. Não sabemos a quem pertence ou pertenceu. Não ousaríamos investigar sem as devidas precauções metodológicas; estávamos dispostos a esperar por décadas, Polly querida, mas vocês chegaram incrivelmente rápido.

Lucy Alghieri então indagou, com argúcia – uma das características marcantes da personalidade da estruturalista:

– Foi o medo do desconhecido que a levou a tal inteligente decisão? – 

– Lucy...! – gritou Polly, visivelmente incoformada com aquela fala 'atrevida'.

– Está tudo bem. – disse Jessika, calmamente – Lucy Alghieri tem razão em questionar meus propósitos. Pois bem: apesar do medo, resolvi conservar o registro fóssil, da melhor forma que me foi possível. – E Jessika Nova não lançava um olhar competidor sobre Lucy Alghieri.


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