sexta-feira, 16 de maio de 2014

Requiem [Semana 08]

Autora: Natalie Bear
Mandachuva

O Peru era um lugar de temperatura amena, bem diferente da terra árida da qual Lawrence provinha. Era a primeira vez que ele estava em um local assim, de ar tão úmido e agradável, mas isso não impedia de precisar usar o revolver colt que sempre trazia consigo preso na parte traseira de seu cinto, sob o casaco surrado e cinzento.

- Você é louco sacando um revolver no meio da cidade? - o homem de chapéu, logo a frente, reclamou, fazendo uma careta descontente e irritada ao ver o cano metálico da arma apontada para si.

- Só quando me ameaçam. - largou a maleta da moça que carregava consigo.

O sujeito ao fundo guardou a faca, nada contente com aquela ameaça, desferindo um olhar devastador sobre o homem que empunhava a pistola.

- Júlio, não vamos continuar com isso… Não sabendo que esse homem porta uma arma. Podiam ter nos avisado. - o homem loiro com o chapéu grunhiu, dando passos na direção do companheiro sem desviar os olhos de Lawrence e sua arma.

- Tsc. Da próxima viremos preparados para enfrentar um homem armado. - pronunciou-se venenosamente  aquele chamado Júlio, de cabelos escuros e pele morena, além de um sotaque incomum, estampando um sorriso psicótico nos lábios enquanto os dois afastavam-se o suficiente para desaparecer na esquina.

Ao perceber que não corria mais risco de ataque dos malfeitores, Lawrence respirou fundo e guardou a arma, incomodado por não passarem de mais homens contratados para seguirem aquela moça problemática. Acreditava que algum desses meliantes fora responsável pelo sumiço de Rebeca, mas era óbvio que o que escondia naquela bolsa, o tal “espelho” que lhe interessavam.

Ele recuperou a maleta que tinha deixado de lado e assoviou, chamando a atenção do cão e lhe deixando em alerta.

- Encontre. - ordenou com um gesto e Xerife voltou ao trabalho que estava fazendo antes.

***

- O senhor não pode me manter presa aqui! - Rebeca reclamou. ainda tentando soltar os pulsos unidos e amarrados nas costas da cadeira de madeira em que estava - É bem desconfortável. - resmungou - Afinal, o que o senhor está fazendo aqui? O que EU estou fazendo aqui, senhor Levine?

- Nós sabemos o que você está portando, senhorita Rebeca, é perigoso para uma moça  indefesa como você andar sozinha pelo Peru para  resgatar o pai. - pigarreou o homem de idade, sentando-se sobre um barril para conversar com ela, coçando a barba ao observa-la mais de perto - Quero lhe ajudar.

- Me sequestrar, prender em uma cadeira, em um porão, me fazendo perder a bagagem onde o item estava, não é exatamente uma forma de ajudar. - ela o fitou de forma séria, desafiadora e, ao mesmo tempo, desconfiada.

- Tem toda a razão, senhorita. Mesmo assim é o modo mais seguro. Seu pai deveria ter pensado melhor nisso antes de se isolar e acabar deste modo, colocando a vida de sua filha em perigo. Vergonhoso. - meneou a cabeça negativamente.


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